Cerca de 500 milhões de pessoas, em todo o mundo, possuem algum tipo de deficiência física. De acordo com pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14,5 % da população têm algum tipo de deficiência e, dessa forma, precisam lidar com todas as dificuldades que lhes são impostas num país sem estrutura para esse tipo de problema.
Não respeitar, por exemplo, os assentos reservados para pessoas portadoras de alguma deficiência nos transportes coletivos ou, então, nos estacionamentos, é apenas uma das provas dessas dificuldades enfrentadas.
Diante desse quadro, alguns projetos têm sido desenvolvidos visando a inserção desses portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho.
O Centro de Atendimento à Crianças Especiais e Carentes (CACEC), localizado em Ramos, trabalha com crianças especiais dando assistência psicológica e ajuda financeira.
“Desde novo eu sempre achei que a inclusão social dos deficientes em nossa sociedade era um passo importantíssimo para que pudéssemos perceber que eles são seres humanos tão capacitados quanto todos os outros. Porém, o que faltava era uma oportunidade. E é através dessa visão que buscamos na instituição o desenvolvimento global de cada criança, promovendo programas com todo o tipo de assistência”, diz o diretor do CACEC, Fábio Brandão, de 46 anos.
Já a educadora Amanda Barbosa, de 20 anos, da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em Caxias, considera que a oportunidade está surgindo aos poucos.
“O que falta mesmo são recursos como alguns objetos e acessos adequados e especiais para eles. Até mesmo porque quando pequenos, não percebem tanto a falta de atenção. Mas, já na fase adulta, se incomodam com a falta de estrutura para se deslocarem até certos lugares, o que acaba dificultando uma vida que poderia ser normal”.
A empregada doméstica Maria do Carmo, de 37 anos, mãe de Roberta, de apenas cinco anos, faz parte da Instituição CACEC e apresenta o outro lado do problema: ela depende de um auxílio do governo para sua filha especial.
“Simplesmente eu não sei onde esse sofrimento vai parar. Eu nem digo isso por ter uma filha doente, mas sim, por precisar de cuidados especiais para ela e não ter a ajuda necessária que preciso. O que falta na sociedade e no povo do nosso país é um pouco de compaixão e também informação”, diz Maria do Carmo, muito indignada.
Flávia Cunha • 5º período • Jornalismo Digital
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