Em 2017, o autor Adam Silveira publicou o romance “Os dois morrem no final”. Na história, existe uma organização chamada Central da Morte, que liga para os indivíduos em seu último dia de vida, avisando que a pessoa morrerá nas próximas 24 horas. A história dos dois “Terminantes” (como são chamadas pessoas que morrerão) Mateo e Rufus, conquistou o público tornando-se um enorme best-seller.
Em 2022, o autor retornou a esse universo lançando o livro “O primeiro a morrer no final”, sobre a inauguração da Central da Morte e do primeiro terminante. Agora, esse ano, no dia 6 de maio, foi lançado o terceiro livro deste universo, “O sobrevivente quer morrer no final”.
A história funciona como uma sequência direta do segundo livro, já que os protagonistas Paz e Alano já haviam aparecido crianças no livro anterior, juntamente de suas famílias. O livro se passa em 2020, exatamente uma década após os acontecimentos do segundo livro, quando a Central da Morte está completando 10 anos, e vemos o impacto que o primeiro dia final causou na vida dos protagonistas.
Um ponto muito positivo é que o autor consegue conectar muito bem os dois livros anteriores com essa nova história, trazendo diversas referências e até retorno de personagens queridos, mas o livro não depende necessariamente disso para que sua história ande. O enredo é muito bem construído, assim como os protagonistas, e o autor consegue explicar muito bem os acontecimentos anteriores, assim novos leitores conseguem ter muito contexto da história.
Uma das principais temáticas do livro é a saúde mental, principalmente o Transtorno de Personalidade Borderline. Essa questão é muito bem retratada, e feita de uma forma bem didática. O livro aborda ideações suicidas com muita responsabilidade, fazendo com que essa seja o livro mais profundo da série.


Talvez esse seja o livro mais diferente da saga; uma grande diferença é que a história se passa em vários dias da vida dos protagonistas, ao invés de um único dia como acontece nos livros anteriores. A cidade de Nova York também é deixada de lado, com a maior parte da história se passando em Los Angeles.
Outro ponto interessante do livro é o aprofundamento da Central da Morte e sua influencia na vida das pessoas, como um dos protagonistas, Alano, que é filho do criador da empresa. Por isso, vemos um lado mais político da empresa, e até mesmo do fundador Joaquin Rosa.
Talvez o único ponto negativo do livro seja o final, que acaba sendo um pouco corrido e deixando muitas pontas soltas, visto que haverá um quarto livro do universo, com previsão de lançamento para 2026.
“O sobrevivente quer morrer no final”, segue aprofundando a série, trazendo uma história um pouco mais madura e abordando temáticas mais sérias, porém sem perder o principal ponto da saga as relações pessoais.
Foto de capa: Editora Íntrinseca
Resenha por Pedro Turteltaub, com edição de texto de João Agner
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