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Vaticano confirma morte do Papa Francisco e funeral será realizado no sábado

Pontífice tinha 88 anos e deixa legado de tolerância e diálogo

O Papa Francisco faleceu na última segunda-feira (21), às 7h35 pelo horário local, ou seja, às 2h35 pelo horário de Brasília. Segundo o Vaticano, a morte de Jorge Mario Bergoglio, nome de batismo do Santo Padre, foi causada por um acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca.

O pontífice tinha 88 anos, era argentino e foi o primeiro papa latino-americano de toda a história. Ele esteve à frente do cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos, desde a eleição vencida em março de 2013. Recentemente, o líder religioso passou por diversas complicações de saúde e esteve internado durante 38 dias por conta de um quadro de bronquite que chegou a evoluir para uma pneumonia bilateral.

Nos últimos anos, Francisco já vinha apresentando diferentes sinais de problemas de saúde como o uso de muletas e cadeira de rodas por conta da perda de força nas pernas e de dores nos joelhos. Ele também passou por uma série de internações e procedimentos cirúrgicos.

Apesar dessas condições e mesmo tendo a idade avançada, o sacerdote desconsiderou a ideia de deixar o ofício. Antes dele, Joseph Ratzinger, o Bento XVI, optou pela decisão de renunciar ao papado com a justificativa de estar com a saúde debilitada e quebrou uma tradição de permanência na liderança da Igreja Católica até a morte.

A última aparição pública do Papa Francisco havia sido justamente no dia anterior à morte dele, ou seja, no domingo de Páscoa (20), cujo encerrou a Semana Santa mais recente. Na ocasião, o pontífice apareceu na sacada da Basílica de São Pedro para a mensagem de Páscoa Urbi et Orbi, uma bênção realizada no Natal e na Páscoa. O líder ainda usou o papamóvel pela última vez num passeio que durou cerca de 15 minutos, onde acenou para 50 mil pessoas reunidas na praça.

O Vaticano também anunciou que o velório do sacerdote será realizado no sábado (26), às 5h, no horário de Brasília. Ainda nesta terça-feira (22), aconteceu uma missa para poucas pessoas na capela da residência de Santa Marta, onde o Santo Padre morreu. O corpo do pontífice será levado à Basílica de São Pedro na próxima quarta-feira (23) para o funeral público, com honras de Estado. 

O Palácio do Planalto confirmou ainda na última segunda-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajará a Roma para o velório, acompanhado da primeira-dama Janja. Javier Milei, presidente da Argentina, terra natal do Papa Francisco, também estará presente no evento. 

Outros líderes confirmaram presença, como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump; a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; o francês, Emmanuel Macron; e o ucraniano Volodymyr Zelensky. Também fazem parte desta lista: a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; o britânico, Keir Starmer; e o chanceler alemão, Olaf Scholz. A família real britânica, por sua vez, estará representada, mas ainda não se sabe por qual integrante.

Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica entrou oficialmente no período chamado Sede Vacante, no qual um cardeal assume de forma temporária os assuntos administrativos do Vaticano até a escolha de um novo pontífice. Para isso, haverá um conclave, o processo em que o Colégio de Cardeais se reúne e fazem votações até eleger um novo Papa. O ritual costuma ter início de 15 a 20 dias após o falecimento ou a renúncia do líder anterior.

Foto de capa: Paulo Pinto/Agência Brasil

Reportagem de Gustavo Pinheiro

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