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Dia nacional do livro: repórteres da editoria de cultura indicam suas obras favoritas

A data foi escolhida em homenagem à fundação da Biblioteca Nacional, em 1810

Hoje, 29 de outubro, é comemorado o dia nacional do livro. A data foi escolhida em homenagem a fundação da Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1810. Em comemoração a data, a equipe de repórteres da editoria de cultura da Agência UVA se reuniu para compartilhar os seus livros nacionais favoritos.

Pedro Turteltaub, repórter

“Procura-se um coração”, de Lucia Seixas

(Foto : Divulgação/Editora FTD)

“Eu estava no nono ano quando li esse livro, e ele foi o meu livro paradidático. Eu não tinha um hábito de leitura tão forte, e principalmente em leituras da escola, sempre enrolava até o último momento, mas no momento em que iniciei a leitura deste não parei. Me apaixonei pela história e me apeguei muito aos personagens. Quando terminei, quis voltar ao início e ler tudo de novo – não é a toa que gabaritei a prova.”

Nathalia Bittencourt, repórter

Série “Fazendo meu Filme”, de Paula Pimenta

“Li ‘Fazendo Meu Filme’ pela primeira vez quando tinha uns 14 anos, e acho que minha relação com esse livro está muito ligada à memória afetiva, pois várias amigas minhas liam na época. Mergulhamos juntas nesse universo da Paula, o que sempre me deixa em dúvida sobre qual é meu preferido. Me identifiquei muito com a protagonista Fani, que não gostava tanto de sair e preferia ficar em casa assistindo filmes. Essa identificação surgiu logo na primeira frase do livro, e já fiquei encantada. Depois, só queria ser ela, ter um amigo como o Léo, fazer intercâmbio e viver todas as mesmas experiências que a personagem.

Ao todo, são quatro livros da série, que li em sequência, muito rapidamente, e lembro da minha mãe pedindo para eu dar uma pausa nas compras. Foi um dos primeiros livros que realmente me viciou, e acho que me abriu as portas para a leitura, por isso sempre terá um lugar especial. Continuo acompanhando até hoje esse universo e, sempre que posso, vou aos eventos da autora. Tenho todos os exemplares autografados.”

João Agner, editor

“As coisas”, de Tobias Carvalho

(Foto: Reprodução/Editora Record)

“Uma vez recomendei ‘As coisas’ para um amigo dizendo que era ‘Morangos mofados’ contemporâneo (outra ótima recomendação). Acredito que o texto do Caio Fernando Abreu vive em um universo próprio, ainda relevante independente do tempo, visto que temas de seus textos ainda são encontrados no nosso dia a dia, inclusive no livro de Tobias. Ainda temos encontros em saunas, rapidinhas no banco de trás, problemas com o pai, o primeiro amigo na infância que era algo a mais, trisais — mas agora com interferência de aplicativos de relacionamentos, conversas no WhatsApp e termos como ‘twinks’ e ‘daddy issues’. ‘As coisas’ reúne 23 contos sobre vivências de homens gays em Porto Alegre, com retratos cheios de vida, naturalidade e regionalismo em um misto de formatos narrativos criativos, tocantes e divertidos que Tobias Carvalho externa com maestria. Assim como ‘Morangos mofados’ é essencial para o contexto de vivências homoafetivas de seu tempo, ‘As coisas’ é essencial para o contexto do nosso.”

Luisa Lucas, repóter

“Enfim, capivaras”, de Luisa Geisler

(Foto: Reprodução/Editora Seguinte)

“Confesso que decidi ler esse livro pelo simples motivo de ser chará da autora, mas fui surpreendida por uma história inusitada que ganhou meu coração.
Enfim, capivaras é aquele livro que eu leio quando estou na ressaca literária.
Afinal, um livro que conta a história de um grupo de cinco adolescentes procurando uma capivara em Minas Gerais não tem como ser ruim.”

Natali Marcos, repórter

Saga “Poderosa”, de Sérgio Klein

(Foto: Divulgação/Editora Fundamento)

“A saga Poderosa tem um lugar especial na minha memória, pois foi o primeiro livro fora do mundo infantil que comprei com um dinheiro que ganhei de aniversário. Foi uma escolha totalmente minha, já que na minha casa eu levei o hábito da leitura pra lá. Na saga de seis livros da vida da Joana Dalva, a garota que tinha o mundo nas mãos, pois tudo que escrevia se realizava, me fazia aguardar a cada ano sua continuação. Uma pena que o autor tenha falecido antes de lançar o último livro da saga e tenha sido escrito por outra pessoa, mudando um pouco a essência da história. Porém, me tornar adolescente junto com a Joana Dalva valeu a pena.”

Cássia Verly, repórter

“Lucíola”, de José de Alencar

(Foto: Divulgação/ABC)

“Escolhi esse livro por memória afetiva. Meu primeiro contato com ele foi em 2019, durante as aulas de literatura na escola. Eu adorava toda semana ler uma parte dele e na aula seguinte a professora (que tem meu coração até hoje) fazendo debates sobre cada parte. Se tem uma coisa que marcou meu 2019, com certeza foram as aulas de literatura e esse livro.”

Vinícius Corrêa, repórter

“As Meninas”, de Lygia Fagundes Telles

(Foto: Reprodução/Amazon)

“Foi um livro que, de primeira, eu não consegui embarcar. A narrativa é uma das mais malucas que algum brasileiro já imaginou: três jovens mulheres que moram num pensionato de freiras no meio da ditadura militar – uma recatada, outra guerrilheira e uma supermodel. Todas conduzem a leitura em um fluxo de consciência simultâneo, se atropelando e convergindo de maneira brilhante. Na segunda tentativa de leitura, “As Meninas” se encaixou como uma luva no meu gosto literário. Marcou minha vida, sem dúvidas, e sempre me pego pensando em Lia, Lorena e Ana Clara.”

Foto de capa: Reprodução/Pexels

Reportagem de Pedro Turteltaub, com edição de texto de João Agner

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