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Repórteres e editores da Agência UVA elegem seus álbuns favoritos

Inspirada pela lista dos 100 melhores álbuns da história da Apple Music, a Agência UVA preparou seus 14 discos favoritos

Na última semana, a plataforma de streaming Apple Music finalizou a divulgação de sua lista de 100 melhores álbuns da história, com curadoria de artistas e profissionais de música da equipe. O resultado, tanto de toda a seleção quanto o Top 10, dividiu opiniões entre os internautas e críticos, principalmente pela presença predominante de artistas estadunidenses e brancos, e ausência de qualquer nome brasileiro.

Inspirado pela lista, a equipe de repórteres e editores da Agência UVA se reuniu para compartilhar suas escolhas como seu álbum favorito de todos os tempos. Confira nossas escolhas:

Matheus Melo, repórter
“AmarElo”, Emicida
(2019)

Capa do álbum “AmarElo”, um dos álbuns mais famosos de Emicida. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“Gosto muito desse álbum do Emicida. Nele, ele atravessa diversas fases da vida, da agitação ao sossego, da solidão ao acolhimento e me relembra que cada pedacinho da vida é importante. Ele fala sobre a vida em suas inúmeras faces, significados… são composições como cartas de amor, transparece a pureza das coisas”.

Cássia Verly, repórter
“1989 (Taylor’s Version)”, Taylor Swift (2014, 2023)

Capa do álbum “1989 (Taylor’s Version)”, regravação da versão antiga do disco, que é o álbum pop mais premiado da história. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“Sempre fui uma fã assumida de música pop. A primeira vez que eu escutei o “1989” na sua versão antiga em 2014, minha vida mudou. É um álbum sobre ser uma pessoa livre, sobre superar as fases difíceis da vida, sobre não ligar para a opinião de quem não quer seu bem e “Shake It Off”. É sobre o amor não ser sempre um conto de fadas, mas você depois pode reacender essa chama por outra pessoa. É sobre as melhores pessoas da vida serem livres. Eu tinha apenas 11 anos no seu lançamento, e na época eu já amava tanto, mas chegar aos 21 e escutá-lo, dessa vez me identificando com algumas letras, é o que o torna ainda mais especial para mim. Em 2014, fiz questão de comprar a versão física dele que vinha com polaroids de brinde.

Aos 20 anos, pude viver o lançamento da regravação dele enquanto eu contava os dias para escutar as músicas dele pessoalmente na passagem da The Eras Tour pelo Rio de Janeiro. Foi um dos momentos mais inesquecíveis da minha vida apreciar as músicas do álbum que por nove anos fez parte da minha vida e nunca saiu do pódio do meu álbum favorito de todos os tempos”.

Daniela Oliveira, editora-chefe da Agência UVA
“Clube da Esquina”, Milton Nascimento e Lô Borges (1972)

“Clube da Esquina”, de Milton Nascimento, Lô Borges e outros é um disco seminal para a música brasileira. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“Poderia listar aqui meu álbum gringo favorito, que sem sombra de dúvida é “The Miseducation of Lauryn Hill”, disco de estreia e única obra de estúdio solo de Lauryn Hill. Este álbum tem tanta coisa interessante, passeia pelo R&B e hip-hop, é um disco de uma mulher foda e artista independente, e recentemente foi nomeado pela Apple Music o melhor álbum de todos os tempos, inclusive inspirando esta nossa lista.

Mas me segurei e resolvi sugerir meu álbum brasileiro favorito, que é “Clube da Esquina”, de Milton Nascimento, Lô Borges e trupe. São 21 músicas de um disco considerado seminal do movimento musical do mesmo nome e que traz uma alma pop para a música mineira.

O álbum foi composto, em grande parte, em 1971, em uma espécie de residência artística dos músicos em Piratininga (Niterói – RJ) e é um disco de amigos como, além de Milton e Lô, o baixista Luiz Alves, o guitarrista Nelson Angelo, além do compositor Tavito Carvalho, do baterista Robertinho Silva e outros.

Pérola poesia do início ao fim. Minha música favorita do disco é a pouco aclamada “Trem de doido”. Só escutem (risos)”.

Athos Baptista, repórter
“Froot”, Marina and The Diamonds (2015)

Capa do álbum “Froot”. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“O álbum se tornou o meu favorito por eu nunca ter encontrado algo com uma sonoridade e estilo parecido. Os arranjos de cada faixa são muito bons, e é de longe o trabalho mais autêntico da cantora, que hoje atende apenas por Marina.”

Gustavo Pinheiro, editor de esportes
“Thriller”, Michael Jackson (1982)

O álbum “Thriller” é um dos discos mais populares e ficou em 2º lugar no ranking do Apple Music de Melhores Álbuns da História. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“Obviamente as pessoas conhecem Michael Jackson, seu impacto cultural e o sucesso comercial do álbum “Thriller” que foi lançado em 1982, mas essa obra tem um gosto mais especial para a minha vida que vai além das músicas e vídeo clipes incríveis pelos quais são sucessos atemporais.

Começando pela infância, na qual assistia aos clipes com meus primos e tentava imitar os passos de dança eternizados pelo Rei do Pop. Mais tarde, na adolescência, passei a usar essas canções para desenvolver minha habilidade de falar em inglês. Hoje em dia, já na fase adulta, retorno à essas músicas por nostalgia ou meus familiares e amigos colocam essas canções nas playlists sem me consultar e eu apenas deixo me levar pelo ritmo e aproveito o momento. Convenhamos que na minha geração se torna marcante o fato de preferir um álbum lançado há 42 anos”.

João Agner, editor de cultura
“Melodrama”, Lorde (2017)

O álbum “Melodrama” é um disco extremamente aclamado pelos fãs da cantora e pela crítica especializada. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“Eu sinto que descubro alguma coisa nova tanto sobre mim quanto sobre o disco que cada vez que o escuto. Lorde é o tipo de artista raro, que é capaz de captar sentimentos e ansiedades geracionais perfeitamente, mas “Melodrama”, acima disso, é a dissecação do sentimento mais universal que sentimos, quase um estudo de caso sobre o amor.

É um álbum de término, sim, mas também é um álbum sobre ter 20 anos, sobre se descobrir e redescobrir, e se perder e logo em seguida se encontrar, sobre Nova York, sobre o hedonismo que acompanha a juventude, como amor pode ser tão mundano como andar de metrô e tão sobrenatural quanto a brisa de alucinógenos. A frase que melhor sintetiza o disco se encontra escondida em uma reprise, “Maybe all this is the party / Maybe we just do it violently”.

“Melodrama” é um álbum de conceito sobre uma festa. Afinal, o amor é uma festa; a chegada tímida, o auge quando se exagera na bebida (ou algo mais), a ressaca, e saber a hora de partir. Voltar para casa e encarar a solitude pode ser difícil, uma experiência quase-morte, mas esse álbum dá um gosto de vida.”

Juliana Ramos, repórter
“OO-LI”, Woodz (2023)

Capa do álbum “OO-LI”. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“Esse álbum do cantor sul-coreano Woodz é muito importante para mim porque suas músicas e letras me ajudam muito na vida, é muito emocionante”.

Pedro Turteltaub, repórter
“SOUR”, Olivia Rodrigo (2021)

“Sour” é o álbum feminino mais reproduzido da história do Spotify. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“Já conhecia a Olivia por seus trabalhos na televisão e era completamente apaixonado por ela. Neste álbum, ela passa muito bem a sensação de ser adolescente e não tem medo de expor o “lado feio” disso, como a insegurança, inveja entre outros sentimentos.”

Victoria Muzi, editora de saúde
“NOEASY”, Stray Kids (2021)

Capa do álbum “NOEASY”. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“Esse álbum tem um significado bem especial pra mim. Lembro até hoje de quando foi lançado, foi uma experiência única tê-lo ouvido pela primeira vez. Além de estar recheado de muita música eletrônica (coisa que amo), o conceito no qual ele foi criado e divulgado é bem divertido, e aprendi mais sobre o k-pop por causa desse álbum. Além disso, tem letras profundas e sentimentais. O Stray Kids é um grupo que acompanho desde o início, e definitivamente esse álbum mostrou o auge da maturidade na música. Destaco as canções “The View” e “Silent Cry”, ambas sobre se encontrar e autoconhecer. É o álbum que mudou a minha vida!”

João Gabriel Lopes, repórter
“O Dono do Lugar”, Djonga (2022)

Capa do álbum “O Dono do Lugar”. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“Escolhi “O Dono do Lugar” pois, na minha opinião, é a consolidação do Djonga como artista da elite do rap nacional. Conheci ele em 2017, com trabalhos como “Poetas no Topo 1” e “Olho do Tigre”. No ano seguinte, lançou o álbum “O Menino que Queria Ser Deus”, que inclui uma das minhas músicas preferidas, “Junho de 94”. Em 2019, veio seu primeiro álbum de grande magnitude, “Ladrão”, com músicas como “Leal”, “Bença” e “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Apesar de já ser gigante na indústria do rap, sinto que “O Dono do Lugar”, lançado em 2022, consolidou de vez seu legado no rap. Lembro de ter escutado esse álbum todos os dias por semanas na época do lançamento, especialmente as músicas “Conversa com uma Menina Branca”, “Bode”, “Penumbra”, “Do Menor” e “Até Sua Alma”.


Luisa Lucas, repórter
“Pirata”, Jão (2021)

“Pirata” é um dos álbuns mais famosos do cantor. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“O “Pirata” é um álbum sobre liberdade, e ser você mesmo. Esse álbum foi muito importante pra mim, veio em um momento onde eu estava passando por diversas coisas e nele encontrei um abrigo.”


Mariana Motta, editora de redes sociais
“Frank”, Amy Winehouse (2003)

O álbum “Frank” tem aprovação da crítica e dos fãs. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“A cinebiografia de Amy Winehouse estreou recentemente, e foi intitulada com o nome de sua canção e álbum mais famoso, “Back to Black”. Mas quem é Amy para além desse sucesso icônico? Seu disco de estreia revela muito sobre quem era cantora antes de relação conturbada não só com a mídia, mas principalmente com seu ex-marido, Blake, que a levou a ser dependente química.

Faixas como “Stronger Than Me”, onde ela relata um relacionamento com um homem sete anos mais velho mas emocionalmente inferior à ela, e “Help Yourself”, outra canção sobre uma namorada de atitude lidando com um homem imaturo, mostram a personalidade forte e independente da artista. Dentre todas as músicas do disco, a que mais me fascina é “What Is It About Men”. Nessa faixa, ela conta sobre o fato de ter se apaixonado por um homem casado, se tornando aquilo que machucou a sua mãe, como se fosse apenas parte de um destino freudiano.

Amy era intensa e se entregava nas composições, mas adorava usar uma pitada de humor trazendo uma quebra de clima excepcional na música, quase como uma risada irônica que soltamos com o ar do nariz. “Frank” é uma excelente descoberta para conhecer a verdadeira essência de Amy Winehouse.”

Vinicius Corrêa, repórter
The Idler Wheel is Wiser than the Driver of the Screw and Whipping Cords Will Serve You More than Ropes Will Ever Do”, Fiona Apple (2012)

Capa do álbum “The Idler Wheel is Wiser than the Driver of the Screw and Whipping Cords Will Serve You More than Ropes Will Ever Do”. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“Fiona é uma das artistas mais importantes da minha vida. Esse disco foi o primeiro que eu peguei de sua discografia. Minha cabeça explodiu com a identificação de toda sua visceralidade e brutalidade, mas com uma delicadeza em detalhes. É o meu álbum favorito de todos os tempos.”


Mateus Matias, repórter
“HOPE”, NF (2023)

Capa do álbum “Hope”. — (Foto: Reprodução/Spotify)

“Hope é o quinto álbum de estúdio do rapper americano NF, lançado em 7 de abril de 2023. “O ato de se enxergar, notar seus defeitos e sentimentos mais obscuros, encarar e ressignificar. “Hope” é o carro chefe, mas “Happy” é a definição do álbum. A busca desenfreada pela felicidade não encontrada. Os questionamentos, a procura das respostas dos porquês. “Mistake” naturaliza o ato de errar. É normal. Faz parte, né? Mas dói reconhecer.

“Eu tenho características das quais não me orgulho / Eu fiz promessas que não cumpri / Eu tenho dias em que sinto que não mereço amor / Então pense o que você pensa, só não me chame de… erro”. A vida sempre me parece uma constante batalha contra si mesmo em busca de melhora, em busca de vencer dores, traumas, repulsas, dificuldades e o principal, nossas próprias mancadas.”

Foto de capa: Pixabay

Reportagem por Cássia Verly, com edição de texto de João Agner

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