Com texto e direção de Caíque Oliveira, Luther King – o musical acompanha um dos períodos mais racistas da história dos EUA, a década de 1960; época em que os negros eram impedidos de votar e obrigados a ceder os lugares nos ônibus para passageiros brancos.
Nessa época, muitos negros iniciaram a luta contra o preconceito e tiveram grande relevância na causa, como Malcolm X e o grupo Panteras Negras. Martin Luther King foi um dos nomes de maior destaque ao pregar sobre a paz. Segundo ele, negros e brancos precisavam ser amigos, e cidadãos afrodescendentes não deveriam revidar os atos violentos de forma agressiva, mas, sim, com amor.

O ator Guii Augusto, protagonista do musical, conta como a peça teatral contribui para a luta contra o preconceito racial. Para ele, o musical representa a grandiosidade do que o negro é.
“O musical representa a grandiosidade do que o negro é, do que pode, e de todos os seus direitos os quais possam ser conquistados. Nós não somos superiores ou inferiores, somos iguais”, disse Guii.

O artista também declara o peso de representar um personagem histórico tão importante para a humanidade. Guii é negro, pai e pastor, que concide com a história do Martin Luther King, mas a maior responsabilidade é interpretar o que considera um herói humanitário.
Para Martin Luther King, não era só sobre o seu próprio direito, e sim sobre o direito da sua família quanto ao futuro. Ele não se preocupava só com o presente, mas também com o futuro”, conta.

Luther King – o musical também aborda a relação do líder pacifista com sua esposa Coretta King, interpretada pela atriz Nicole Sacramento. Apesar de não ter muito destaque na história, a companheira de Martin Luther King teve grande importância no movimento contra o racismo, além de lhe dar apoio e continuar sua luta após o falecimento dele.
“Foi o maior desafio de minha vida interpretar essa mulher que foi tão forte, resiliente e empoderada. Muita coisa aconteceu e deu certo porque ela estava ali por trás dando suporte e refúgio para Martin Luther King”, declara Nicole.

(Foto: Instagram / Reprodução)
A atriz também comenta sobre a importância em trazer a história de Martin Luther King para os palcos. O musical mostra esse racismo estrutural que vem talvez de uma criação, de um pensamento que está enraizado.
‘Tem a importância de mostrar para as pessoas que vêm assistir que o racismo ainda existe”, afirma a atriz.
Luther King – o musical está em cartaz no Teatro Claro Mais, em Copacabana, de sexta a domingo.
Reportagem de Gabriel Murillo com edição de texto de Mariana Motta
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