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“Imaginário: Brinquedo Diabólico” não empolga, mas é experiência válida

Novo lançamento de terror das produtoras Lionsgate e Blumhouse estreia nos cinemas do Brasil

Nesta quinta-feira (14), a Lionsgate e a Blumhouse estreou seu novo lançamento de terror no Brasil “Imaginário: Brinquedo Diabólico”, dirigido por Jeff Wadlow. A obra gira em torno de Jessica (DeWanda Wise), uma desenhista profissional adulta que possui um passado misterioso e sombrio envolvendo um amigo imaginário que tinha quando criança, Chauncey. No entanto, após o ter abandonado por décadas, o brinquedo volta à tona, desta vez atormentando a vida de sua enteada, Alice (Pyper Braun).

Atores de “Imaginário: Brinquedo Diabólico” (Foto: Divulgação/ImaginaryFilm)

A cena inicial, apesar de não fazer muito sentido no momento, é importante para compreender toda a problemática do filme. Toda a trama começa a caminhar de maneira mais objetiva quando Jessica passa a se relacionar com Alice, filha pequena de seu namorado, e todos passam a morar sob o mesmo teto, que é a casa que Jessica vivia quando criança.

Na apresentação da residência de Jessica, o ambiente parece ser bem comum até o porão ser apresentado. Com um visual abandonado e intimidador, o local possui uma pequena porta de madeira, uma espécie de segundo porão, que esconde Chauncey. No entanto, quando Alice começa a escutar vozes que a levam até o tal porão, a pequena menina encontra o ursinho abandonado e decide o resgatar para lhe fazer companhia.

Porão onde Alice encontra Chauncey e decide o resgatar. (Foto: Divulgação/Paris Filmes)

A partir deste momento, Alice passa a conhecer e brincar com seu amigo imaginário, sem Jessica enxergar toda a problemática em torno disso. No entanto, com o passar do tempo, as brincadeiras entre Chauncey e Alice passam a ficar sérias, o que obriga a protagonista a intervir, procurando ajuda de terceiros para entender mais sobre essa questão. As revelações desta conversa dão início a uma nova fase do filme, trazendo personagens de vez para a trama, como a idosa Gloria (Betty Buckley), que foi babá de Jessica no passado, mas reaparece misteriosamente para ajudar a contar a história por trás de Chauncey.

Os efeitos especiais aplicados em Chauncey também chamam atenção e são interessantes, como a mudança de semblante do pequeno urso, e sua transformação nas cenas de maior apelo em um urso mais amedrontador, que se assemelha com os brinquedos de “Five Nights At Freddy”. Um outro acerto de Jeff Wadlow é a ideia de trazer um urso de pelúcia como o grande vilão da história, pois é um brinquedo que geralmente chama a atenção das crianças e, de primeira vista, ninguém acredita que ele vai ser capaz de cometer algum ato de maldade, a contrário de Anabelle, que já possui um visual mais suspeito.

“Imaginário: Brinquedo Diabólico” estreia nos cinemas nesta quinta-feira (14). (Divulgação: Reprodução/Paris Filmes)

No entanto, faltou um maior aprofundamento em alguns pontos da trama, o que a tornou confusa em alguns momentos. Gloria, que a princípio se apresenta como uma coadjuvante importante, depois se aproxima de uma antagonista sem uma razão plausível. O último e pior ponto negativo foi o desfecho, que teve sequência de ideias promissoras, porém todas mal aplicadas na obra, que na prática não deram certo e necessitariam de uma continuação para explicar mais sobre o mundo imaginário “Never Ever”.

Por fim, “Imaginário: Brinquedo Diabólico” pode ser considerada uma experiência válida para quem admira assistir filmes do gênero casualmente, pois traz bons efeitos sonoros, tem um trilha sonora muito fiel a trama e um enredo, que apesar de confuso, acaba prendendo o telespectador por um bom tempo. No entanto, para grandes entusiastas, que possuem um repertório de outros filmes consagrados em suas memórias, a experiência pode ser frustrante, por conta de seus vários deslizes, principalmente no desfecho.

Título: “Imaginário: Brinquedo Diabólico”

Direção: Jeff Wadlow

Roteiro:  Jeff Wadlow, Greg Erb, Jason Oremland, Bryce McGuire

Gênero: Terror

Foto de capa: Divulgação/Paris Filmes

Reportagem de Gabriel Caetano, com edição de texto de João Agner

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