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Censo 2022: População de 65 anos ou mais cresceu 57,4% em 12 anos

O número de pessoas acima dos 65 anos no país atingiu 22.169.101, correspondendo a 10,9% da população

Os dados do Censo Demográfico 2022 mostram os resultados da população do Brasil desagregada por idade e sexo. Os números revelaram um total de 203.080.756 habitantes, com 18.244 pessoas a mais em relação à primeira apuração do mesmo ano. Os resultados sinalizam mudanças significativas na demografia do país e desafios crescentes relacionados ao envelhecimento da população.

Em relação às apurações do Censo 2022 divulgados anteriormente, 566 municípios sofreram alteração de população.

“Após a divulgação dos primeiros resultados foi necessário realizar, pontualmente, alguns procedimentos de revisão, que acarretaram nessa diferença ínfima em termos percentuais”, explica o gerente técnico do Censo, Luciano Duarte.

No ano de 2022, o Brasil testemunhou um expressivo aumento no número de pessoas com 65 anos ou mais, que representaram 10,9% da população, totalizando 22.169.101 indivíduos. Esse crescimento, de 57,4% em relação a 2010, era de 14.081.477, ou 7,4% de idosos no total. Em contraste, o ano de 2022 registrou o percentual mais elevado já documentado nos Censos Demográficos. Em 1980, apenas 4,0% da população brasileira tinha 65 anos ou mais. Ao mesmo tempo, o grupo de crianças menores de 14 anos de idade, que representava 38,2% das pessoas em 1980, diminuiu para 19,8% em 2022.

Gráfico mostra a população residente no Brasil nos últimos 12 anos de acordo com sexo e idade. (Agência IBGE Notícias/IBGE)

Ao analisar a distribuição das faixas etárias em diferentes regiões do país, observamos que a região Norte é a mais jovem, com 25,2% de sua população composta por indivíduos de até 14 anos. Em seguida, o Nordeste, que possui 21,1% nessa faixa etária. Por outro lado, as regiões Sudeste e Sul apresentam uma estrutura populacional mais envelhecida, com 18% e 18,2% de jovens entre 0 e 14 anos, bem como as maiores proporções de pessoas com 65 anos ou mais, atingindo 12,2% e 12,1%, respectivamente. Enquanto isso, o Centro-Oeste possui uma estrutura intermediária, com uma distribuição etária próxima à média nacional.

“Podemos perceber que a queda da fecundidade ocorreu primeiramente no Sudeste e no Sul do Brasil, o que as faz as regiões mais envelhecidas, com menor proporção de jovens. A região Norte ainda se mantém a mais jovem, além de observarmos a menor proporção de pessoas adultas e idosas em relação às outras regiões”, pontua Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE.

Idade mediana da população registrou um acréscimo de seis anos entre os Censos e agora se situa em 35 anos

A idade mediana é um parâmetro que divide a população em duas partes iguais, com metade sendo mais jovem e a outra metade mais velha. No Brasil, de 2010 a 2022, a idade mediana apresentou um aumento, passando de 29 anos para 35 anos, o que indica o processo de envelhecimento da população. Nesse mesmo intervalo, houve um resultado semelhante em todas as cinco principais regiões do país: a região Norte viu a idade mediana subir de 24 para 29 anos; o Nordeste, de 27 para 33 anos; o Sudeste, de 31 para 37 anos; o Sul, de 31 para 36 anos; e o Centro-Oeste, de 28 para 33 anos.

A idade mediada da população brasileira atingiu os 35 anos em 2022. (Agência IBGE Notícias/IBGE)

De 2010 a 2022, índice de envelhecimento sobe de 30,7 para 55,2

O índice de envelhecimento é determinado pela relação entre o grupo de pessoas com 65 anos ou mais em comparação com a população de 0 a 14 anos. Portanto, quando esse indicador é mais alto, isso significa que a população está envelhecendo de forma mais acentuada. No Brasil, esse índice atingiu 55,2 em 2022, o que indica que, para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, existem 55,2 pessoas com 65 anos ou mais. Em 2010, o índice de envelhecimento era mais baixo, sendo 30,7.

Nos municípios menos populosos, de até 5.000 habitantes, foi observado um índice de envelhecimento mais elevado, com uma proporção média de 76,2 pessoas com 65 anos ou mais para cada 100 indivíduos de 0 a 14 anos. Por outro lado, os municípios mais populosos, com mais de 500.000 habitantes, apresentaram o segundo maior valor no índice, com 63,9 indivíduos com 65 anos ou mais para cada 100 pessoas da faixa etária de 0 a 14 anos. Observa-se uma diminuição gradual do índice de envelhecimento à medida que se percorre os municípios, indo dos que possuem até 5.000 habitantes até aqueles com uma população de 50.001 a 100.000 habitantes. A partir desse ponto, os valores começam a crescer progressivamente à medida que o tamanho populacional aumenta.

No Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, número de idosos de 60 anos ou mais ultrapassa o de crianças de 0 a 14 anos

Quando analisamos a população de idosos com 60 anos ou mais, dos 32.113.490 residentes no Brasil, 17.887.737 (55,7%) eram mulheres e 14.225.753 (44,3%) homens. O índice de envelhecimento nesse contexto alcançou 80,0 em 2022, o que significa que há 80 pessoas idosas para cada 100 crianças de 0 a 14 anos. Em 2010, o índice de envelhecimento era significativamente menor, registrando 44,8.

As regiões do Norte e do Centro-Oeste apresentam índices inferiores a 70, com o estado de Roraima tendo o menor, de 27,1. No Nordeste, seis dos nove estados têm índices de envelhecimento superiores a 70, enquanto todas as unidades da federação no Sul e no Sudeste já ultrapassam esse nível. O destaque vai para o Rio Grande do Sul, que registrou 115 idosos para cada 100 crianças, e o Rio de Janeiro, com um índice de 105,9.

Brasil possui seis milhões de mulheres a mais do que homens

Da população total do país, 51,5% (104.548.325) eram mulheres, enquanto 48,5% (98.532.431) eram homens, o que resulta em aproximadamente seis milhões de mulheres a mais em relação aos homens em 2022. A razão de sexo, que mede o número de habitantes masculinos em relação a cada 100 mulheres, foi de 94,2. Isso evidencia que a tendência histórica de predominância feminina na composição por sexo da população se intensificou: em 1980, a proporção era de 98,7 homens para cada 100 mulheres, enquanto em 2010, era de 96,0.

Esse fenômeno de crescimento na proporção de mulheres se manifesta em todas as principais regiões do país. Desde o ano de 2000, a região Sudeste apresenta a menor relação de homens para mulheres, com uma razão de sexo de 92,9 em 2022. Por outro lado, a região Norte detém a maior razão (99,7), marcando a primeira vez na série em que essa região exibe um número superior de mulheres em relação aos homens. Quando observamos outras unidades federativas, encontramos as menores razões de sexo nos estados do Rio de Janeiro (89,4), Distrito Federal (91,1) e Pernambuco (91,2). Em contrapartida, Mato Grosso (101,3), Roraima (101,3) e Tocantins (100,4) possuem uma proporção masculina maior do que a feminina.

Homens são maioria na população até os 19 anos, porém, atinge menor proporção em municípios mais populosos

A análise da razão de sexo, considerando diferentes grupos etários no Brasil e nas grandes regiões, revela que existe uma maior proporção de homens na população com até 19 anos de idade, partindo de uma relação de 103,5 homens para cada 100 mulheres na faixa etária de 0 a 4 anos. A partir do grupo etário de 25 a 29 anos, as mulheres se tornam a maioria em todas as regiões, com destaque para o Nordeste, onde isso ocorre já no grupo de 20 a 24 anos. No grupo de 90 a 94 anos, a diferença é mais acentuada, com praticamente o dobro de população feminina, resultando em uma razão de sexo de 50,4. Entretanto, no grupo etário mais avançado, com 100 anos ou mais, esse indicador fica em 38,8.

“A maior incidência de homens nas primeiras idades é uma consequência do maior nascimento de crianças do sexo masculino em relação àquelas do sexo feminino. O maior contingente de homens diminui com a idade devido à mortalidade masculina, mais intensa na juventude pelas mortes por causas externas”, explica Izabel Marri.

Também é possível observar que a razão de sexo é mais baixa em municípios de maior população, indicando que nesses locais a proporção de homens em relação às mulheres é menor. Essa tendência parte em 102,3 homens para cada mulher em municípios com até 5.000 habitantes e diminui para 88,9 em municípios com mais de 500.000 habitantes. É relevante notar que a partir da faixa de 20.001 a 50.000 habitantes, as razões de sexo se mantêm abaixo de 100, o que sugere uma maior presença das mulheres na composição populacional desses municípios.

CENSO 2022 mostra que em municípios mais populosos, a proporção de homens é menor em relação às mulheres. (Agência IBGE Notícias/IBGE)

O Censo Demográfico representa a principal fonte de informações sobre as condições de vida da população, abrangendo todos os municípios do país e seus recortes territoriais. Os resultados referentes à composição etária e ao gênero da população residente em 2022, de acordo com o Censo Demográfico, oferecem uma visão da distribuição demográfica no Brasil. Esses dados incluem grupos etários, sexo e indicadores relevantes, como a idade mediana, o índice de envelhecimento e a razão de sexo, abrangendo as grandes regiões, unidades da federação, áreas urbanas concentradas e municípios do país.

Foto de capa: Pexels

Reportagem de Jorge Barbosa

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