Em pesquisa divulgada pela revista científica “Plos Neglected Tropical Diseases”, foi apresentada uma análise detalhada da trajetória epidêmica da chikungunya no período de 2016 a 2018 no estado do Rio de Janeiro. Patrícia Alvarez, especialista em diagnóstico molecular da instituição Bio-Manguinhos/Fiocruz, é uma das autoras do estudo.
Terceiro estado mais populoso do Brasil, o Rio de Janeiro contabilizou 41% de todos os casos de chikungunya no país no ano de 2018. De acordo com Patrícia Alvarez, essa situação se deve à alta conectividade aérea e fluvial, além das condições climáticas favoráveis para a proliferação do vetor, envolvendo níveis adequados de temperatura e umidade.
“Inferimos a história evolutiva do vírus, fornecendo evidências de adaptação molecular na linhagem circulante no Rio de Janeiro. Esses resultados destacam a necessidade de se desenhar estratégias efetivas de controle vetorial para prevenir e mitigar a chikungunya no Rio de Janeiro e em cenários similares”, explica Alvarez.

Através das análises genéticas apresentadas no artigo, foi apontado que a linhagem da chikungunya em circulação no Brasil teve sua origem no Nordeste por volta de 2014 e se disseminou para todas as demais áreas do país nos dois anos seguintes. O estudo mostra que o vírus foi introduzido no Rio de Janeiro por volta de 2015, dando origem à primeira epidemia na região em 2016.
Os resultados do estudo indicam que a incidência da doença segue um padrão sazonal e geralmente sincronizado. Observou-se tendências semelhantes também para o Zika Vírus, enfatizando ainda mais a influência da interação entre ecologia vetorial, condições climáticas e transmissão de arboviroses. Devido a esses fatores climáticos, o estado tem historicamente enfrentado surtos significativos de doenças virais transmitidas por mosquitos além da chikungunya, como dengue e zika.
Chikungunya
A chikungunya é uma infecção causada pelo vírus Chikungunya, sendo transmitida por meio da picada de dois tipos de mosquitos: o Aedes aegypti, que é comum nas cidades brasileiras, e o Aedes albopictus, que tem uma distribuição mais limitada em locais com vegetação abundante.
Os sintomas mais frequentes são o aumento da temperatura corporal e sensação de mau-estar, criando um quadro que pode lembrar os sintomas da gripe ou até mesmo da dengue. A principal complicação que afeta os pacientes infectados por esse vírus é a intensa dor nas articulações. Isso ocorre porque, ao entrar na corrente sanguínea, o vírus é capaz de se multiplicar e afetar uma membrana que recobre as articulações, como os dedos, pulsos e tornozelos, resultando em sintomas que podem persistir por meses.
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Foto de capa: Pexels
Reportagem de Jorge Barbosa
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