Em 2003 a facilidade para ouvir música era bem diferente de um clique no seu aplicativo de música favorito. Durante os anos 2000, você teria de esperar ou pedir para essa canção tocar na rádio e gravar o áudio em MP3 para ouvir nestes tocadores quando quiser. Ou comprar o CD desse artista ou banda numa loja de discos. Assistir o clipe na MTV, marco importante na música e na televisão brasileira, também era uma opção – isso bem antes do Youtube.
Há vinte anos, na música brasileira, muitos artistas e álbuns ficaram marcados no imaginário da cultura nacional com discos que atravessam gerações. Com isso, a Agência UVA, que comemora seu anivérsario de vinte anos, preparou uma retrospectiva com alguns dos discos nacionais que completam duas décadas em 2023.
Pitty – Admirável Chip Novo (Deck)
Em 2003, a cantora baiana Pitty debutou com seu primeiro álbum em carreira solo, “Admirável Chip Novo”, com um sucesso estrondoso. A artista já teve presença marcada em bandas de rock, como o grupo de punk hardcore Inkoma, mas este foi seu primeiro trabalho revelado ao grande público. Com enorme sucesso de público e crítica, o trabalho teve cinco singles que marcaram a carreira de Pitty e uma geração inteira: “Máscara”, “Admirável Chip Novo”, “Teto de Vidro”, “Equalize” e “Semana que vem”. Hoje, Pitty comemora os vinte anos de seu álbum com a turnê “#ACNXX”, excursando o Brasil cantando sucessos de sua estréia. Com letras reflexivas e melodias cativantes, Pitty era presença constante na MTV, levou Disco de Platina na venda de 250 mil cópias e reforçou o ponto de vista feminino no Rock para uma nova geração. Escute o álbum “Admirável Chip Novo” aqui.

Los Hermanos – “Ventura” (Sony)
Em 2003, a banda de rock carioca Los Hermanos lançou o tido por muitos como seu melhor trabalho até então. Após o sucesso de público com o hit “Anna Júlia” em seu álbum de estréia, a banda formada por Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba lança, em 2001, o “Bloco do Eu Sozinho” (Abril, 2001), revelando algo além do que aparentava ser: “one hit wonder” (banda de um sucesso só). Com um som mais introspectivo e fora da obrigação de hits implacáveis, a expectativa foi formada do que seria o próximo passo da banda. Dois anos depois, os Hermanos lançam “Ventura” (Sony, 2003), seu terceiro disco, um clássico saído dos anos 2000 que coroou a carreira do grupo. Com canções como “O Vencedor”, “Último Romance” e “Além do que se vê”, o álbum apresentou uma maturidade às letras e produção da banda. Além disso, Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante se tornaram reconhecidos como grandes compositores da música brasileira. Escute “Ventura” aqui.

Marcelo D2 – “À Procura da Batida Perfeita” (Chaos)
O segundo disco de estúdio em carreira solo de Marcelo D2, “À Procura da Batida Perfeita”, foi o que marcou o rapper carioca no imaginário do grande público. Antes, Marcelo Peixoto iniciou no grande grupo de rap Planet Hemp, com letras viscerais defendendo a legalização da maconha, em discos como “Usuário” (Chaos, 1995), que vendeu 400 mil cópias na época. Em 1998, Marcelo lançou “Eu Tiro é Onda” (Chaos, 1998), mas só veio ao estrelato com o seu próximo trabalho. “À Procura da Batida Perfeita”, de 2003, foi o registro que marcou a fusão do rap e do samba, ritmo presente na formação de Marcelo. Esse crossover é essencial da carreira solo de D2, misturando um som e ritmo brasileiro, do subúrbio do Rio de Janeiro, ao hip hop nacional, fugindo do som americanizado do rap presente globalmente. “À Procura…” vendeu mais de 200 mil cópias, com singles como “Qual é”, “À procura da batida perfeita”, “A maldição do samba” e “Loadeando”, parceria com seu filho Sain. Escute “À Procura da Batida Perfeita” aqui.

Foto de capa: Divulgação
Reportagem de Vinicius Corrêa, com edição de texto de Jorge Barbosa
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