“Barbie” emociona e faz rir com roteiro cheio de críticas sociais

Um dos filmes mais aguardados de 2023, “Barbie”, finalmente chega às telonas nesta quinta (20). A cor rosa vem tomando conta de tudo – comidas, bebidas, roupas, sapatos, decoração e brinquedos – e não se fala de outra coisa na internet. Não à toa, o longa estrelado por Margot Robbie quebrou recorde com a maior pré-venda de ingressos da Warner no Brasil. A Agência UVA já conferiu o filme e conta porque é o filme do ano.

O live action da boneca mais famosa do mundo começa justamente contando a história de sua criação, e como as Barbies acreditam que foram fundamentais para a luta do movimento feminista, mostrando para as meninas que elas poderiam ser o que quisessem: médicas, veterinárias, astronautas, físicas, presidentas. Na história, elas vivem os seus dias perfeitos na Barbieland, com casas dos sonhos e uma paleta cor de rosa. Até que um belo dia, Barbie, interpretada por Margot Robbie, começa a ter pensamentos sobre a morte – descobrindo que a vida pode não ser perfeita. 

Ao procurar por ajuda, é aconselhada por Barbie Estranha (Kate McKinnon) que vá até o Mundo Real encontrar a sua criança para poder solucionar seu problema. Quem a acompanha nessa aventura é Ken (Ryan Gosling) e a dupla vai parar em Los Angeles, cidade sede da Mattel, empresa responsável pela boneca. Logo quando chegam, eles já conseguem perceber as diferenças entre os dois mundos e vão descobrindo novos sentimentos. 

Nesse momento, o filme começa a ganhar mais camadas que discutem sobre patriarcado, machismo, feminismo e capitalismo. O roteiro de Greta Gerwig e Noah Baumbach é bem humorado, repleto de críticas e deboche, à própria boneca e à empresa, trazendo à tona diversas polêmicas que marcam sua história. A película conta ainda com um monólogo impactante de America Ferrera sobre feminismo, deixando ainda mais evidente a marca da diretora em sempre dar visibilidade às mulheres – capaz de emocionar e arrancar lágrimas da plateia.

O grande destaque é a atuação da Margot Robbie, que encarnou mesmo a boneca, embarcando na ideia do não realismo na Barbieland, onde tudo parece ser feito de plástico, assim como as bonecas. Percebe-se a inocência de Barbie ao chegar no Mundo Real e as descobertas de novos sentimentos. Realmente, não tinha uma Barbie mais perfeita para o papel. Ryan Gosling também está encantador como Ken, com um papel super cômico, que revela diversos sentimentos e pensamentos sobre o seu lugar no mundo.

O filme mergulha no imaginário de diversas gerações que brincaram com a boneca, trazendo uma cenografia incrível e características plastificadas dos brinquedos, repletos de detalhes que fazem lembrar a infância. Além de resgatar personagens como Midge e Allan, que são brinquedos descontinuados, levando-os para dentro do filme. A produção conta com uma trilha sonora dançante e com números musicais incríveis, com destaque para música da Dua Lipa, que também integra o elenco, “Dance the Night” e o solo “Just Ken”.

“Barbie” é um filme surpreendente, que vai levar o público do riso ao choro – com uma mensagem que faz refletir sobre o nosso Mundo Real, sobre os nossos papéis na sociedade. Para além dos tons de rosa, “Barbie” entrega realmente mais do que promete e é destinado para todos os públicos, especialmente o feminino, mas também todos que estejam de coração aberto para compreender o que está sendo dito. Bem longe de ser um filme infantil e bobo que muitos julgavam.

Confira o trailer de “Barbie”, que chega nesta quinta (20) nos cinemas:

Título: “Barbie”
Direção: Greta Gerwig
Roteiro: Greta Gerwig e Noah Baumbach
Gênero: Aventura, Comédia, Fantasia
Classificação indicativa: 12 anos

Foto de capa: Divulgação / Warner Bros. Pictures

Crítica de Nathalia Bittencourt, com edição de texto de Daniela Oliveira

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