Principais parceiros comerciais desde 2009, Brasil e China acirraram os conflitos em suas relações diplomáticas. Após divergências nos setores agroexportador e de telecomunicações, o Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ordenou que sua equipe ministerial não recebesse o embaixador chinês, Yang Wanming, para audiências no Brasil.
O fato aumenta o atrito entre as duas nações, que já tinha ganho um novo capítulo na primeira semana de dezembro após o Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fazer acusações contra Pequim nas redes sociais, afirmando que o Partido Comunista Chinês faria espionagem, caso a empresa Huawei entrasse no mercado de telefonia móvel com velocidade 5G.
A embaixada chinesa em Brasília pediu providências ao governo brasileiro, alegando que as declarações de Eduardo Bolsonaro eram caluniosas e alertou que as consequências poderiam ser negativas.

O Cientista Político Guilherme Carvalhido, aponta que o Brasil perde mais que a China no contexto da má relação política-econômica entre os dois países. Já que o Brasil possui uma dependência externa alta da China, principalmente no setor agropecuário, que sustenta em grande parte a balança comercial brasileira.
No entanto, o especialista salienta que o atrito entre os dois países ainda não causou consequências diretas, e que possíveis futuras quebras de contratos entre as nações podem causar efeitos negativos. “As críticas podem ser desenhadas em configurações negativas para a economia brasileira”, conjectura o cientista.
Guilherme explica que o Governo Bolsonaro é ideológico, voltado para a direita, em que se critica atitudes ligadas a sistemas socialistas, sendo assim o ponto central da crítica do governo brasileiro em relação a China. Além disso, o especialista enfatiza que Bolsonaro segue a política de Donald Trump, atual Presidente dos Estados Unidos, fazendo com que o Brasil se inspire no país norte-americano.
“A tensão entre Estados Unidos e China foi decisiva para as ações do Governo Bolsonaro. Com a saída de Trump do poder, acredito que haverá uma redução das críticas por parte do Brasil, pois o país ficará isolado e não terá forças para negociar sozinho”, desenvolve o especialista Guilherme Carvalhido.
A tensão entre Brasil e China esquenta cada vez mais. No dia 23 de novembro, Eduardo Bolsonaro indicou o Partido Comunista da China como “inimigo da liberdade” e insinuou invasões e violações às informações particulares de cidadãos e empresas.
João Henrique Reis – 4° período
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