Geral Saúde

Cresce oferta de alimentos sem glúten

Bolos e salgadinhos são aquelas comidas que quase ninguém consegue evitar. Aquela cervejinha sempre cai bem também. Entretanto, de acordo com uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1% da população mundial não é capaz de aproveitar tão bem a festa quanto os demais. Embora estime-se que a maioria não tenha sido diagnosticada, os intolerantes ao glúten, denominados celíacos, devem manter um cuidado extremo com a sua alimentação. É visando esse público que houve um aumento considerável nos investimentos na alimentação saudável e em mercados que incluem a alimentação sem glúten em seus cardápios.

Para a nutricionista Mônica Carvalho, a dificuldade é não reconhecer que existem muitos alimentos que são saudáveis e naturais que podem ser, sim, muito bons: “Retirar totalmente o glúten não quer dizer que a sua alimentação vai ser ruim e sem sabor, muito pelo contrário”.  Ela reconhece também o aumento do estabelecimentos que incorporaram a dieta celíaca, entretanto, frisa que é uma tarefa que deve ser levada a sério: “Os cozinheiros e atendentes devem entender o básico dessa restrição, os riscos de contaminação cruzada e garantir o objetivo do restaurante”.

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Mônica Carvalho. Foto: Acervo pessoal

Yuri Carvalho, 24 anos, é um dos que aproveitaram a chance no mercado. Ele e seu irmão, Sérgio, 28, começaram recentemente a empresa de pães Sem Glúten com Yuri, para ajudar pessoas com a mesma restrição alimentar que eles. Mesmo tendo sido difícil no início, o empreendedor acredita no poder do seu negócio: “Com muita dedicação é possível tornar o negócio lucrativo e atender a pessoas que querem e precisam com a qualidade que elas merecem”. Ele pensa que o mercado não cresceu apenas pelo aumento da procura por uma alimentação mais saudável, mas pela conscientização que as pessoas têm tomado sobre a doença em si.

É o que evidencia a agência de pesquisa de estratégia comercial Euromintor Inernacional. Nos últimos cinco anos, as vendas de produtos naturais aumentaram em até 12,3% ao ano no Brasil. Mostra ainda uma perspectiva otimista de que o setor de alimentos sem glúten deve aumentar até 32% até 2020.

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Apesar disto, celíacas como Vanessa Rosa, 46 anos, encontram certa dificuldade em localizar tais estabelecimentos. A moradora da Zona Oeste do Rio de Janeiro crê que seu obstáculo é o lugar onde mora: “Conheço alguns lugares na Zona Sul que são ótimos, mas onde moro a oferta deve ser menor do que nos grandes centros”. Ela revela que seria, de fato, um grande investimento caso tais restaurantes diversificassem suas áreas de atuação, visto que não é a única que conhece que tem esse problema: “Já encontrei outras pessoas com o mesmo problema, amigas da Baixada e Zona Oeste sofrem com a procura”.

Quem também se adaptou à dieta celíaca foi Renata Mattos, 39 anos, embora não seja intolerante à proteína, reconhece os benefícios de cortar o glúten da alimentação: “Perdi muito peso, cortei as coisas mais comuns que possuem glúten e agora me sinto mais disposta”. Entretanto, ela dá ênfase à importância do acompanhamento de um profissional de nutrição: “Saber os efeitos da dieta e conciliar ela com seu cotidiano, para que não faça nenhum mal”.

Entretanto, mais do que uma questão estética, é interessante que o mercado possa atender às demais pessoas que têm alguma restrição ao glúten ou simplesmente optaram por não ingerir o produto e que vivem em todos os bairros do Rio de Janeiro. Para Renata, é uma escolha de beleza, mas para pessoas como Vanessa, é questão de vida ou morte.

«««««««««« Receita fácil ««««««««««

Um exemplo de receita fácil e gostosa, mas que não contém glúten é o cookie de laranja e fubá, que além de não levar a proteína, também não leva leite e ovos.

Ingredientes:

  • 1/4 xícara de farinha de amêndoas.
  • 1/4 xícara + 2 colheres de sopa de farinha de aveia sem glúten.
  • 2 colheres de sopa de melado de cana.
  • 2 colheres de sopa de óleo de coco.
  • 2 colheres de sopa  fécula de batata.
  • Uma pitada de bicarbonato de sódio.
  • Uma pitada de chá sal.
  • Raspas de laranja.

Modo de fazer:

  • Misture todos os ingredientes até formar uma massa homogênea.
  • Faça bolinhas e amasse com a ponta de um garfo.
  • Asse em forno pré-aquecido a 200 graus por mais ou menos 15 minutos. Cuidado para não queimar!

Armazene em pote de vidro bem vedado, depois de esfriar. Eles duram tranquilamente uns 15-20 dias.


Reportagem de Arielle Curti para a disciplina Projeto Interdisciplinar de Jornalismo Impresso

 

 

 

 

 

 

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