A capacidade do ser humano de ultrapassar seus próprios limites já foi representada incontáveis vezes no cinema e, na maioria das vezes, essas obras cinematográficas ficam marcadas pela qualidade da produção e pela história abordada. Filmes como “Menina de Ouro”, ” Rocky: um lutador” ou “Filadélfia” se tornaram referência no modo de se produzir um longa de superação.
O filme “O Poder e o Impossível” conta a história real de Eric LeMarque (Josh Hartnett), um praticante de snowboard que luta para se recuperar do vício em metanfetamina. Seu individualismo acaba levando-o a realizar uma descida precipitada, pouco antes de uma forte nevasca, que acaba por isolá-lo por completo nas vastidões das montanhas. Com isso, Eric precisará encontrar um meio de sobreviver e retomar o caminho para a civilização.
Por ser um filme ambientado em um ambiente inóspito e coberto de neve, obviamente o diretor Scott Waugh apela ao máximo possível para tomadas aéreas, com o intuito justamente de promover a beleza natural e o sentimento de isolamento do protagonista. O cineasta também apela para sua experiência anterior em comandar filmes com a temática de esportes radicais (“Triplo X”), ao utilizar jogos de câmera que remetem à popular GoPro para dar mais intensidade à visão em primeira pessoa e trabalhar com o modelo de filmagem utilizado por atletas na divulgação de suas atividades.

Josh Hartnett tem para si o filme inteiro para trabalhar sua atuação, uma vez que ele passa a maior parte do tempo sendo o único ator em tela. São nos momentos de quase congelamento e dor extrema que ele mostra o talento que a indústria do cinema insiste em ignorar. As horas de desolação são convincentes, assim como as de esperança renovada em flashbacks (esses infelizmente presentes em excesso).
“O Poder e o Impossível” é uma daquelas obras cujo o intento é contar uma bela história de superação, mas o que consegue mesmo é evidenciar o talento de sua principal estrela. A trama, apesar de cumprir o objetivo de interessar o espectador, carece de uma intensidade maior para se tornar marcante (não necessariamente sendo por culpa de alguém ou um defeito muito grave).

Gustavo Barreto – 6º período
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