Esporte

Times pequenos, grandes paixões: clubes como América têm público fiel

Uma das cidades mais famosas do mundo, o Rio de Janeiro atrai todos os anos milhares de turistas brasileiros e de outros países. Além dos pontos turísticos, eles querem ver de perto também o futebol carioca. Os times do Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco chamam a atenção e mexem com a paixão de milhões de fãs país afora. Mas o esporte do Rio não é feito somente por esses clubes de grandes torcidas e alto investimento financeiro. Há também os chamados “clubes de menor expressão”.

Olaria, Madureira, Bangu, Cabofriense, Duque de Caxias e América. Eles não fazem parte das grandes competições do futebol nacional como Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores entre outras. No entanto, durante o torneio que abre a temporada nacional, aparecem e, muitas vezes, dão trabalho aos times maiores. Os mais jovens podem até desconhecer esses clubes, mas torcedores fiéis garantem presença nas arquibancadas cariocas quando seus times entram em campo.

O Senhor Zico, como é chamado por todos, é um desses torcedores especiais. Ele pode até ter o mesmo apelido do ídolo do clube rubro-negro (Arthur Antunes Coimbra, o Zico), mas o seu coração bate por outro time. Aos 82 anos, não esconde a paixão pelo América e faz questão de vestir o “manto sagrado”, inclusive em viagens para o exterior. Ele fala com saudades das conquistas do passado do América, que já disputou até o título do Campeonato Brasileiro, na década de 1960. Hoje, a realidade é um pouco diferente.

Senhor Zico, torcedor fiel do América. Foto: Álbum de família
Senhor Zico, torcedor fiel do América. Foto: Álbum de família

“Torcer pelo América nunca é um sofrimento. Eu olho com saudade para o passado, gostaria sim de viver aqueles momentos de glória novamente. Mas é um time que não tem investimento, um time do subúrbio carioca e que não conta com a fortuna dos patrocinadores e nem com os milhões dos sheiks árabes. Mas nada disso vai me fazer deixar de torcer, nada disso me faz deixar de ser América. Em 2015, eu e minha esposa estivemos na Europa. Vestia o ‘manto sagrado’ e, enquanto passeávamos por lá, fui abordado várias vezes aos gritos de ‘Sangue!’. Torcer por um time desses é diferente. Eu sou tão América que até fiz uma tatuagem no meu braço com o escudo do time”.

O América jogou na segunda divisão do Campeonato Carioca e conseguiu a vaga para voltar à série A, em 2018. O Senhor Zico acompanhou todos os jogos que levaram o time de volta ao Brasileirão. Para esse torcedor apaixonado, o time retorna ao lugar de onde nunca deveria ter saído.


Zahyr Neto – 8º período

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