Quando a saga ” Invocação do Mal” estreou em 2013, dirigida por James Wan, não se esperava o retorno em folego do gênero de terror. A boa recepção do publico gerou um spin off chamado ” Annabelle”, focado na boneca possuída que marcou a primeira fita, apesar da pequena participação.
O sucesso financeiro garantiu uma sequencia para a sinistra boneca, desta vez ambientada antes dos eventos do projeto anterior. Com a direção de David Sandberg ( Quando as luzes se apagam), a história segue um grupo de órfãs que, ao ter o orfanado transferido para uma casa distante passam a sofrer com uma presença demoníaca, que se concentra na famosa boneca.
Um filme de terror, qualquer que seja ele, tem a missão de incomodar ou, em casos mais raros nos dias atuais, assustar. Ao falhar nessa empreitada ele perde seu significado e se compromete como obra. ” Annabelle 2″ falha em construir o clima necessário ao cometer o mesmo erro de seu antecessor, a aposta em jump scares ( sustos repentinos ) em excesso. Com a dependência dessa opção o espectador acaba por se acostumar com a inevitabilidade do susto.
O elenco e personagens dificilmente trazem algo até então não visto. Mesmo apostando na escalação de atores mirins, tradicionalmente eficaz no gênero, o espectador pouco se importa com as mesmas, muito pelo roteiro que reproduz frases batidas ou não se aprofundo na personalidade das crianças, focando apenas nas duas protagonistas.

A boneca Annabelle em si também é mal utilizada, suas aparições são manjadamente em ambientes escuros aonde objetos se movem sozinhos. Na altura em que o conjunto da obra não assusta, tais ações vindas de um objeto que é ( ou deveria) ser inanimado produz um sensação de comicidade. Somado a isso, vem o designer apelativo do brinquedo que tenta impor medo mas é apenas feio, ao contrario de sua versão real de pano.
Por fim, ” Annabelle 2″ falha em tudo que se propõe, que é apenas dar susto pelo susto. Não há uma construção de tensão, o que atrapalha os momentos de jump scare pelo longa não ter preparado o espectador para tais situações. Consequentemente o elenco também é prejudicado por esse despreparo, pois seus personagens não se tornam nada além algo passivo nos acontecimentos. A impressão passada, ao fim da exibição, é que a franquia ” Invocação do Mal” está sendo cada vez mais exprimida para gerar frutos, mas que não possui material para tanto.
Gustavo Barreto- 6° período

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