A ideia de fazer a sequência de “Trainspotting” 20 anos depois concertando os erros do longa clássico até era boa. O elenco principal seria o mesmo, assim como o diretor, Danny Boyle, e parte da trilha sonora. Entretanto, “T2 Trainspotting” não apresenta muitas melhorias em relação a trama original. Os personagens não mudam e continuam passando a impressão de terem vidas vazias e cabeças fracas. A diferença é que estão mais velhos, em uma realidade completamente diferente daquela vivida em 1996.
Contextualizando, o filme começa com Mark Renton (Ewan McGregor) visitando a cidade natal por conta da morte de sua mãe, duas décadas após dar um golpe nos amigos. Supostamente bem-sucedido, ele reencontra Spud (Ewen Bremner) e Sick Boy (Jonny Lee Miller). A supla ainda sofre com problemas envolvendo drogas e estão ressentidos com atitudes do passado. Renton acaba cedendo às antigas tentações e é perseguido por Begbie (Robert Carlyle), que acabara de fugir da prisão.
O grande problema de “T2 Trainspotting” é o fato do longa ficar preso à versão de 1996. Os personagens vivem no passado, deixando o filme antigo, inofensivo e sem emoção. A introdução da jovem Veronika (Anjela Nedyalkova) poderia trazer um pouco de vida à história, porém deixou a desejar, assim como seu relacionamento com Sick Boy, que foi mal desenvolvido.
Involuntariamente, o antagonista – o psicopata Begbie – acaba sendo o destaque do filme, em sua tentativa de vingança e com ódio de Renton, uma vez que ele é o único que apresenta uma pequena diferença em relação aos outros personagens. Porém, as soluções narrativas do longa deixam a desejar. Além disso, mais uma vez, o excesso de referências a primeira obra reforça as fraquezas de “T2 Trainspotting”, que, apesar de alguns bons momentos, fica longe de ter a relevância do original. A ideia da sequência foi boa, mas – para a infelicidade dos fãs – a execução não.
Rodrigo da Costa- 6º Período

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