Na última quarta-feira, 25, jovens de todos os cantos do Rio de Janeiro se dirigiram para a Fundição Progresso, na Lapa, a principal zona boêmia da cidade. O motivo da reunião era o aguardado “Encontro das Tribos”, um evento que trouxe como atração quatro bandas que representam o rap e o reggae nacionais.
O público começou a se aglomerar em torno da casa por volta das 21h, quando ainda faltava uma hora para a abertura das catracas, de acordo com a programação anunciada. Às dez da noite os espectadores já circulavam pelos salões e em direção à pista principal, à procura do melhor lugar para assistir ao show.
Enquanto o primeiro grupo não subia ao palco, uma seleção musical fazia as estruturas vibrarem a cada nota. À espera do show, o público aumentava o tamanho das filas formadas nos pontos de distribuição de pulseiras, as quais davam acesso ao bar.

A primeira apresentação só foi iniciada por volta de meia-noite e meia – embora estivesse marcada para começar às onze da noite. E quem assumiu o palco foi o grupo Cacife Clandestino, que agitou o público ao som de composições próprias e de outras bandas que são conhecidas da grande audiência. Para encerrar, o público cantou junto o sucesso “Beija-flor” e o Cacife se despediu pedindo muito barulho da plateia.
Após um breve intervalo, chegou a vez dos integrantes do Costa Gold tomar posse dos microfones e fazendo a pista encher ainda mais quando a primeira música começou a reverberar pelos corredores da Fundição. O público se apertava na pista comum – a mais próxima do palco – para tentar chamar a atenção dos membros da banda cantando as músicas a plenos pulmões, ou para tentar tirar a melhor foto possível.
O Costa Gold se despediu agradecendo à plateia. “Muito obrigado, viu, rapaziada. Um beijo daquele canto até aquele canto”, disseram, apontando para as extremidades da pista lotada, onde uma agitada audiência gritou em saudação à banda, que já deixava o palco, iniciando mais uma pequena pausa.
Mesmo com a animação das pessoas, as quais celebraram cada umas das músicas das bandas apresentadas anteriormente, sem sombra de dúvidas, o público foi ao delírio com o começo da apresentação da banda Maneva, a única representante do reggae da noite.

A partir deste momento, a cantoria das pessoas se tornou mais alto, fazendo coro ao vocalista e guitarrista do grupo, Tales. Ao longo do show, na pista escura, via-se incontáveis pontos iluminados, oriundos dos celulares que os espectadores utilizavam para gravar a apresentação. O momento alto aconteceu durante a canção “Reviso Meus Planos”, que levou algumas meninas às lágrimas. “Queria agradecer a cada um de vocês, cada alma, cada coração”, Tales disse ao deixar o palco.
Sobre o bem-sucedido show, o líder da banda se mostrou contente. “É muito bom estar de volta ao Rio de Janeiro, estar de volta na Fundição”. Acerca do fato de a Maneva ser a representante do reggae em uma noite dominada pelo rap, Tales destacou a colaboração do público. “Ser a única banda de reggae entre outras de rap e ser tão bem recebido, é incrível”, ele declarou.
Para encerrar o Encontro, o grupo Haikaiss subiu ao palco e agitou a plateia. E uma ação que foi repetido várias vezes ao longo do show pelos integrantes foi agradecer ao público por ter permanecido até aquele momento – afinal, já passava das quatro e meia da manhã. No meio da apresentação, a banda surpreendeu a todos, chamando uma pessoa da pista para “se arriscar” entre os profissionais. O garoto sorteado mandou bem e foi ovacionado.
Além disso, o grupo recebeu a visita de um convidado ilustre: o grupo carioca de rap “Oriente”, que fez a plateia vibrar. A Haikaiss fez o show mais longo da noite e, após a música hit “Sem Graça”, encerrou seu momento no palco pedindo ao público que, mesmo que suas músicas façam apologia à bebida, não se deve misturar álcool e direção.
Além desta última mensagem, um detalhe que chamou atenção foi a maneira como uma banda reverenciada a outra, mostrando toda a harmonia que cerca o “Encontro das Tribos”.
Daniel Deroza – 3º período

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