Na última segunda (12), foi comemorado o Dia das Crianças. Em qualquer lugar tem festa, alegria e muito presente. Nesse ano, uma novidade invadiu a Comunidade do Esqueleto em Jardim Gramacho, Duque de Caxias – RJ. Instituições que atuam dentro do maior lixão da América Latina – que foi desativado há poucos anos – se juntaram para a realização uma grande festa para os meninos e meninas que lá vivem.
“Esse ano tivemos a ideia de juntar todos, com objetivo que a festa ganhe volume. Que ela não fosse fracionada, com cada organização fazendo a sua. A ideia é cansativa, trabalhosa, porém muito gratificante. Isto também serve para salientar que estamos todos no mesmo time”, diz Mauro Cruzeiro, líder de projeto na comunidade.

Para organizar toda essa estrutura, a equipe de produção precisou de muitos dias para preparar o evento. Grande parte do tempo foi gasto na busca de colaboradores que apoiassem a causa, arrecadando presentes, alimentos e diversos outros materiais. Nos dois dias que antecederam a programação, um grupo se organizou para realizar um mutirão de limpeza na rua em que o evento aconteceu. “Novos amigos estão se juntando a esta obra para somar e contribuir com as famílias”, conta Adriane Maia, colaboradora de projeto na comunidade.
Desde às 7h da manhã, voluntários e organizadores do evento estavam empenhados nos preparativos finais da festa. Seja ensacando doces, embrulhando os presentes, preparando o cachorro-quente, a pipoca, montando as barracas e os brinquedos. Até as crianças colocaram a mão na massa, e dava para perceber a ansiedade delas em desfrutar de tudo que fora preparado para elas. “Eu estava esperando este dia desde a semana passada, e ele chegou, quero muito uma boneca da Frozen.” – conta Marcielle, de 7 anos.
Pessoas de várias partes do estado do Rio de Janeiro, e de fora, se uniram para transformar esse sonho em realidade. “É muito bom ver os líderes se organizando, pessoas de vários lugares trabalhando neste dia. E essa ação irá tocar outras pessoas a ajudar das próximas vezes”, afirma Luiz Antônio Rosa, pastor de uma igreja local.
Sorrisos e gritos de alegria expressavam a satisfação das crianças e dos moradores da comunidade. “Ser amada é bom demais, alguém que olhe por nós. Se você quiser nos ajudar, venham conhecer o Jardim Gramacho.” – declara com alegria Naiane Silva, moradora da comunidade.

Mais de trezentos voluntários dedicaram seu dia para atender a comunidade. Da cozinha, ornamentação, organização dos presentes, atividades de recreação, todos estavam envolvidos nesta causa. Mesmo com sol intenso, os incansáveis voluntários estavam com um sorriso no rosto e felizes por estarem ali. “É muito bom estar aqui, hoje nós estamos manifestando o amor, da mesma forma que damos, recebemos mais dessas crianças”, diz Isabel Gaudard, voluntária do evento.
Ao todo, mais de duas mil pessoas foram alcançadas e mais de 1000 crianças se divertiram e receberam presentes. Atitudes como esta trazem alegria para as famílias do Esqueleto. “Hoje nós somos portadores dessa alegria para as crianças. É gratificante todos juntos num só propósito, isso não tem preço”, afirma Israel Almeida, pastor e um dos organizadores.
Por mais que a comunidade se chame Esqueleto, é somente no nome. Pois a vida, as cores e a esperança habitam nas moradas do local. As dificuldades são grandes, mas em momentos como este, ela se torna passageira. O invisível toma forma e passa a ser visto. E o amor que é partilhado, nem mesmo o dicionário Aurélio é capaz de definir.
Vinícius Fernandes- 4º Período
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