Passeios de fins de semana, e roteiros culturais durante as férias são sempre bem vindos. Um excelente destino no Rio de Janeiro – sem nem sair da cidade – é a Ilha de Paquetá. Um local calmo, paradisíaco e com diversos pontos turísticos perfeitos para aprendizados, fotos e momentos para relaxar.
Orgulho dos moradores, a ilha foi descoberta em 1556 e abasteceu a corte com seus produtos hortigranjeiros, pesca e produção de cal durante séculos. No Brasil-Colônia ela serviu como um refúgio para os nobres. Atualmente, o calmo bairro ainda possui a vegetação nativa, ruas de saibro e muitas chácaras ainda preservadas. Os visitantes são muito bem recebidos pelos moradores locais. O índice de violência é zero e o uso de meios de transportes movidos a gasolina são proibidos, salvo veículos de serviço público, ficando restrito apenas à bicicletas, eco taxis e charretes.
A cidade que possui em média 4500 habitantes tem acesso através das barcas e seus habitantes não escondem o orgulho de fazer parte de tal lugar. Na rua principal há várias lojinhas onde é possível optar pelo aluguel de bicicletas individuais ou coletivas, eco taxis, trenzinho, e até mesmo charretes, onde os preços variam de R$20,00 – para uma corrida curta – até R$100,00 – para um passeio completo pela ilha.
Confira um roteiro cultural, com alguns pontos de Paquetá:
Praça Pintor Pedro Bruno: Localizada logo na chegada à Ilha a praça é uma homenagem ao cantor, pintor, poeta e paisagista Pedro Bruno, que possui como a obra mais conhecida o quadro “Pátria”.
Igreja e Praça Senhor Bom Jesus do Monte: À esquerda da saída das barcas encontra-se a Igreja Matriz da paróquia de Paquetá, que possui data de construção de 1763, e a praça rústica e arborizada localiza-se logo ao lado, ela foi o local de realização da 1ª Festa da Árvore do Brasil, em 1904.
Caramanchão dos Tamoios e Canhão de saudação de D. João VI, árvore Maria Gorda e parque dos Tamoios: Todos situados na Praia dos Tamois, que possui esse nome em homenagem aos primeiros habitantes da ilha, os indios Tamoyos. O primeiro é um exemplo de beleza e paisagismo de Pedro Bruno. O Canhão fazia parte de uma bateria de canhões utilizados para saudar a chegada de D. João VI ao bairro. A árvore é um raro exemplo de uma centenária Boabá que possui mais de sete metros de circunferência. Por ultimo, no parque, localiza-se um monumento em homenagem ao Maestro Carlos Gomes, frequentador dos saraus da ilha.
Casa das Artes e Praça de São Roque: É na praça de São Roque onde se localizam o Poço de São Roque, Coreto Renato Antunes, a Capela São Roque, a Escola Municipal Pedro Bruno e a Casa das Artes de Paquetá. O nome do local é em homenagem ao santo padroeiro do bairro, o coreto possui uma lenda:
“Beba dessa água,
Pensando na mulher amada,
E por você essa pessoa ficará
Grandemente apaixonada...
E se ainda não tens par,
Beba um gole só,
Bem devagar,
E por você um coração dessa ilha,
Irá se apaixonar.“
A Casa das Artes de Paquetá está aberta para visitação diariamente e possui diversos eventos artísticos e culturais, além de um acervo com memórias da ilha para consulta e pesquisa.
Praia da Moreninha: É o ponto mais conhecido do local. A famosa Praia da Moreninha, a única própria para banho, é também a região onde se passa o romance “A Moreninha” de Joaquim Manuel de Macedo, e espaço da gravação da novela homônima, produzida pela Rede Globo. Na praia, também é possível encontrar uma pedra com o mesmo nome, onde é possível subir e admirar uma das mais belas vistas possíveis.
Ponte da Saudade: Localizada na Praia José Bonifácio, a ponte projeta-se sobre o mar, de onde é possível ter uma vista esplêndida. Também regida por lendas, dessa vez acredita-se que era o local de onde João Saudade, da nação Benguella, rezava diariamente para reencontrar sua família que ficara na África.
Pedra dos Namorados: A enorme pedra, situada ao lado da ponte da saudade também possui uma lenda que diz: atire três pedrinhas de costas, em direção ao topo da pedra. Se pelo menos uma não cair, com ela fica a certeza de um amor que é correspondido e eterno.
Cemitério dos Passáros: É o único conhecido no mundo. Foi originalmente criado por Pedro Bruno e Augusto Silva com o simbolismo do amor à natureza e aos pássaros. Atualmente o espaço é utilizado pelos moradores para enterrar os animais de estimação. O local é matido com a ajuda dos moradores vizinhos ao local.
A ilha também conta com outros diversos locais para visitar e tirar fotos. As 14 praias que a formam, apesar da grande maioria estar imprópria para banho, são encantadoras. As pessoas do local sempre muito atenciosas e prestativas estão dispostas a dar uma verdadeira aula de história, e se mostram muito orgulhosas de pertencer a tal bairro. É possível encontrar diversos restaurantes pela ilha, e, além da culinária local (frutos do mar), é possível encontrar certa diversidade gastronômica. Passar o dia na região é incrível, e definitivamente parece que estamos longe de toda a agitação e caos do Rio de Janeiro.
Por: Natália Vieira





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