Juliana Monteiro
Seis e meia da manhã, despertador toca! Levantei-me, café, banho. Me arrumei. Conferi as janelas e portas: fechadas. Carro. Ida ao trabalho.
Talvez se aquele maldito acidente não tivesse ocorrido na avenida principal seria mais um dia “normal”.
Uma hora e quarenta e oito minutos de atraso. Direto para a sala do chefe. E mais algum tempo perdido, ouvindo reclamações e dando explicações. Olhava para a cara daquele bruxo e minha vontade era de mandá-lo para aquele lugar. “Toc, toc, toc”, era a recepcionista avisando que o novo estagiário já estava esperando. Saí da sala com toda a raiva do mundo, querendo socar a cara daquele gordo que mal quis saber o que tinha acontecido. Quando passei pela sala de espera e deparei-me com… Meu Deus! Que olhos, que boca, que braços (…) que homem!!! Um príncipe. Falou algo que nem entendi, e que voz, que simpatia, que sorriso (…) Sim, foi amor à primeira vista, mais perfeito não existia.
Casamento. Foram cinco anos. Nenhum filho. Se aquela perfeição toda continuou? Só no primeiro ano. O príncipe, na verdade, era um sapo. Banho e dentes escovados só depois de muita discussão. Sair juntos era raridade. Ficar comigo e deixar de ir àquela pelada de segunda à noite? Nem pensar!
Brigas rotineiras. Separação! E o tal príncipe encantado? Na verdade, a gente é que se encanta. E ele? Ele não existe…
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