Dieta: determinação que faz a diferença

A empresária Wellyda Lindoso Gomes, 32 anos, conviveu durante anos com a obesidade e com todos os problemas que ela acarreta. Tentou de várias maneiras diminuir seu peso, porém sempre teve muita dificuldade para emagrecer. Há algum tempo atrás, quando pesava 115 quilos, a empresária sofreu um princípio de AVC – Acidente Vascular Cerebral – popularmente conhecido como derrame e viu que estava chegando ao seu limite. Afinal, era sua vida que estava em jogo. E com muito medo ela resolveu, após muita pesquisa, fazer uma cirurgia de redução de estômago, pois, todas as alternativas de redução de peso já haviam sido feitas. Em entrevista a Agência UVA, Wellyda revela como foi a sua experiência.

Agência UVA – Quantos quilos você pesa agora?
Wellyda – Atualmente peso 52 quilos e com a cirurgia perdi mais de 50 quilos.

Agência UVA – Você tentou emagrecer de outras maneiras?
W – Já perdi as contas de quantas dietas eu fiz. Com acompanhamento médico eu me submetia às dietas milagrosas. Até no famoso Vigilantes do peso eu fui e não consegui perder peso.

Agência UVA – E como ficava o seu psicológico?
W – Era horrível, porque eu ficava muito tempo fazendo dieta, mas quando eu ia me pesar não tinha perdido quase nada. Isso me angustiava.

Agência UVA – Por que você resolveu a fazer uma cirurgia de redução de estômago?
W – Por causa da minha saúde e também por vaidade. Não vou mentir pra vocês. Quando tive um princípio de derrame vi que não podia mais adiar, alguma coisa tinha que ser feita. E acima de tudo, eu queria viver.

Agência UVA – E o processo de recuperação foi tranqüilo?
W – Tranqüilo não. Foi muito sofrido. No início só podia ingerir líquido, depois fui passando para os alimentos pastosos com tranqüilidade, mas quando passei para os alimentos sólidos e comecei a comer carnes vermelhas, por exemplo, tive muita dificuldade. Parecia que eu estava aprendendo a mastigar novamente.

Agência UVA – A alimentação depois da cirurgia muda muito?
W – Posso comer de tudo, o problema é que não agüento mais comer como antes. Um pedaço de hambúrguer, por exemplo, já me satisfaz. Com a operação, eu reeduquei o meu estômago e por isso passei a comer menos.

Agência UVA – Em algum momento você sentiu medo?
W – Muito. Cheguei a escrever uma carta para o meu marido e outra para os meus filhos. Mas resolvi colocar nas mãos de Deus.

Agência UVA – A rotina muda muito depois de uma cirurgia tão delicada como essa?
W – Sim. Agora vivo mais limitada. Sinto dificuldades para ingerir determinados alimentos, mas a qualidade de vida melhorou muito. Atualmente as pessoas me olham de outra maneira.

Agência UVA – E agora, você pratica alguma atividade física?
W – Quase não tenho tempo, pois trabalho muito. Mas quando posso, procuro fazer caminhada.

Agência UVA – Você já foi vítima de preconceito por está acima do peso?
W – Várias vezes. Já cheguei em uma festa e me deram duas cadeiras pra eu me sentar. Teve também um dia, enquanto provava uma roupa numa loja, vi pelo espelho as vendedoras debochando de mim. Isso são marcas que ficam pro resto da vida.

Agência UVA – Quando criança, você já apresentava alguns sintomas de obesidade?
W – Não. Inclusive o meu apelido de infância era Olívia Palito, pois eu era muito magra. Depois dos 20 anos foi que eu comecei a ganhar peso.

Agência UVA – O que você diria para as pessoas que estão muito acima do peso e que têm dificuldades para emagrecer?
W – Que lutem, porque não é fácil. Mas devem procurar uma ajuda séria e profissional. A gordura em excesso é uma doença e deve ser tratada como tal. Não adianta protelar. A medicina está aí para ajudar. Cada um tem que ter consciência do seu problema, e se tratar.

Carlos Eduardo de Lima • 5º período • Jornalismo Digital