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São Cristóvão: o Nordeste se encontra aqui

destaque1O Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, popularmente conhecido como a feira de São Cristóvão, atrai cerca de 60 mil visitantes todos os fins de semana. O local, que é conhecido por ser o maior ponto de encontro dos nordestinos na cidade maravilhosa, está comemorando 63 anos.

Durante esses anos já passaram pelos palcos da feira, que fica localizada no bairro de São Cristóvão, grandes nomes da música popular brasileira como Elba Ramalho e Gilberto Gil, o que ajudou a difundir ainda mais a cultura nordestina pelo nordeste do país.

Carlos Botelho Marabá, que há 40 anos trabalha na feira, hoje é o seu diretor cultural e afirma que o sucesso se dá porque a feira é um pedaço do nordeste na capital carioca. “O Rio é conhecido também pela quantidade de artistas que projeta todos os anos. Todo movimento cultural é muito bem aceito por aqui.” Marabá também acredita que se a feira acontecesse em outra capital talvez não fizesse tanto sucesso.

Mas engana-se quem pensa que só de nordestinos vive a feira. Os nativos da cidade maravilhosa que há muito tempo aderiram à cultura nordestina estão sempre por lá, transitando entre as 613 barracas do local e dançando forró nos palcos espalhados pela feira.
Apesar de o forró ser o ritmo preferido dos visitantes e dos barraqueiros, há espaço para tudo e para todos. Andando pelas ruas da feira, os ‘turistas’ – como são conhecidos por lá, todas as pessoas que não são nordestinas – encontram de tudo: têm violeiros e sanfoneiros que seguem uma linha mais tradicional, e barracas que tocam brega, pagode, axé e até reggae.

A gastronomia local também é bastante diversificada. Embora a culinária tipicamente nordestina seja uma das grandes atrações da feira, a carne de sol, o aipim, a pamonha, a carne de bode, o baião de dois e outras iguarias são facilmente encontrados, seja nos restaurantes mais caros ou nas barracas mais populares.

Uma infinidade de produtos artesanais que na sua maioria são expressões da cultura do nordeste, mostram a riqueza cultural do nosso país. Chapéus de couro, cintos com fivelas, berrantes, esculturas de gesso e madeiras, DVDs de bandas conhecidas apenas no norte e nordeste, brinquedos, fitas do senhor do Bonfim entre outros adereços espalhados pela feira, mostram a identidade do lugar.

Os estudantes universitários que estão sempre em busca de informação e cultura, às vezes se organizam e agendam palestras para conhecer um pouco mais os costumes de um pedaço do país, que alguns deles só conhecem através das músicas compostas por Luiz Gonzaga. Aliás, não foi à toa que o Centro de Tradições resolveu homenageá-lo. Mestre Lua como é conhecido pelos nordestinos, foi a celebridade que mais difundiu a cultura nordestina por onde passou.

Canções como Asa Branca, em que ele diz que espera a chuva cair de novo pra poder voltar pro sertão, ou súplica cearense em que ele relata a história de um nordestino que pede perdão à Deus por ter pedido para chover, pois a chuva inundou sua cidade, sintetizam bem a vida dos nordestinos que saem de sua terra natal para tentar uma vida melhor na cidade grande. Por isso, além de receber o nome do Centro, ainda tem uma estátua dele na entrada da feira e o palco principal que recebe os grandes artistas tem o formato do chapéu usado ao longo dos anos, por Gonzagão.

Carlos Eduardo de Lima 5º período Jornalismo Digital

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