Em “Vem Comigo”, Simone Soltani apresenta ao leitor Stella Baldwin, uma empresária bem-sucedida, que foi abandonada pelo noivo no dia de seu casamento, e Thomas Maxwell‑Brown, o piloto de Fórmula 1 mais odiado do momento, após a divulgação de um vídeo escandaloso. A autora costura o destino dos dois com uma fórmula clássica: Stella, largada no altar; Thomas, sob holofotes negativos — e eles se conhecem em uma despedida de casamento em Las Vegas. O que era para ser apenas uma noite de diversão, regada a drinks, acaba em uma consequência drástica: Stella e Thomas acordam casados.
Diante de traumas e corações partidos, os dois enxergam nesse casamento impulsivo uma chance de reconstruir suas imagens. Com a ajuda de três regras, eles planejam manter o casamento por um ano, até que todos esqueçam de seus respectivos escândalos. O desafio será obedecer a regra número 3: nada de sexo. Afinal, a atração que sentem um pelo outro, foi o que os levou à esse casamento impensado.
Para quem leu o sucesso anterior da autora, “Um Amor Sem Freio”, a expectativa era alta. E, de fato, Soltani continua competente ao criar personagens com carisma e conflitos intensos, além da química entre Stella e Thomas.
Mas, infelizmente, é justamente no desenvolvimento dessa segunda obra que a narrativa mostra fissuras. Simone fez uso de clichês amados pelos leitores como o casamento por impulso, mas o ritmo se torna um pouco cansativo. Para um livro sobre um esporte como a Fórmula 1, certos momentos da história acabaram se arrastando de forma desproporcional.
Se “Um Amor Sem Freio” impressionou por sua cadência e pela construção cuidadosa do romance, “Vem Comigo” parece ter se perdido um pouco pelo meio do caminho. Ainda assim, vale a pena por conta dos personagens que são bem construídos.
Se você gosta de romances contemporâneos com protagonistas fortes, conflitos internos intensos e um bom clichê de casamento não planejado e o famoso “Só tem uma cama”, “Vem comigo” é uma boa pedida.
Reprodução / Simone Soltani
Reportagem de Luisa Lucas com Edição de texto de Gabriel Goulart
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