“Morra, Amor” é o novo filme da diretora Lynne Ramsay e adaptado do romance homônimo de Ariana Harwicz. O longa conta a história de um jovem casal que acaba de sair da vida na cidade para viver em uma casa no interior, aqui interpretados por Jennifer Lawrence e Robert Pattinson, onde a moça é uma escritora que fica grávida logo após a mudança, e o rapaz um produtor musical em ascensão.
Enquanto o personagem de Pattinson, chamado Jackson, passa dias longe de casa à trabalho, Grace, interpretada por Lawrence, passa tardes e noites sob o tédio das donas de casa interioranas, uma ambiência que vai além do desconforto dos limites patriarcais de viver em função da casa, do marido e dos filhos.

Essa apatia que se torna, ao longo de “Morra, Amor”, é aterrorizante e claustrofóbica, em uma bola de neve que caminha para a catástrofe. O tédio se transforma em sérios problemas psiquiátricos referentes ao abandono do marido, dependência por atenção, afeto e psicose pós-parto. Esse transtorno é visceralmente retratado por Jennifer Lawrence, o grande e principal destaque do longa.
Além disso, Robert Pattinson interpreta cuidadosamente um marido que tenta ser atencioso com a amada, mas que não consegue controlar o tornado emocional da esposa. O elenco ainda conta com Sissy Spacek, atriz lendária e vencedora do Oscar, que interpreta a mãe de Jackson e sogra de Grace, em uma delicadeza, compaixão e empatia pela nora.
“Morra, Amor” é um filme de ator (no caso, atriz), ou seja, que é um filme que depende quase que unicamente da interpretação da protagonista em questão. Lawrence brilha em todas as cenas que podem render uma indicação no Oscar de 2026 como Melhor Atriz, nomeação que ela não acata desde 2016 com “Joy”. Ela embarca de forma destemida em todos os riscos físicos e autodestrutivos de Grace, que não são poucos.

O grande problema, além de possuir uma dependência quase única de Lawrence, é como a narrativa e o roteiro desencadeiam uma exaustão no espectador. É claro as intenções da diretora de provocar o desespero da prisão de Grace e como ela reage e embate continuamente o cárcere do casamento e da maternidade em sua vivência. Mas “Morra, Amor”, em resumo, se torna repetitivo e com conclusões previsíveis.
“Morra, Amor” estreia no Brasil no dia 27 de novembro de 2025, com distribuição da Paris Filmes e MUBI. Confira o trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: Morra, Amor
Direção: Lynne Ramsay
Gênero: Drama, Suspense
Duração: 1 hora e 58 minutos
Classificação: 16 anos
Foto de capa: Divulgação/Paris Filmes
Crítica de Vinicius Corrêa, com edição de texto de Gabriel Goulart
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