“Ainda Não Morri” traz mistério empolgante repetindo estrutura de outras publicações

Chegou ao Brasil o livro “Ainda Não Morri”, novo thriller da autora Holly Jackson (“Manual de Assassinato para Boas Garotas”, “Os Cinco Sobreviventes” e “O Reaparecimento de Rachel Price”). A publicação traz um mistério novo e empolgante.

Na história, acompanhamos Jet, uma jovem de 27 anos, filha da família mais rica de sua cidade. Ela sente que sua vida ainda não começou e é conhecida por familiares e amigos como alguém que gosta de deixar as coisas para depois. Porém, na noite de Halloween, Jet é vítima de um atentado brutal e, ao acordar no hospital, descobre que está com uma lesão no cérebro e que morrerá nos próximos sete dias. A partir daí, decide descobrir quem tentou assassiná-la.

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A temática da vítima tentar descobrir quem é seu assassino é muito interessante, e a protagonista é muito bem construída. Com o passar do livro, torcemos cada vez mais para que ela não tenha o final que lhe foi predestinado. Outro ponto muito positivo da história é a forma como a autora interliga outros mistérios surgidos ao longo da trama com o mistério principal. Porém, alguns desses mistérios são desinteressantes ou fáceis de solucionar e acabam recebendo mais atenção no meio do livro, dando a impressão de “encher linguiça”.

Outro ponto um pouco negativo do livro é que os personagens, embora carismáticos, parecem variações de protagonistas de outros títulos da autora. Jet é a protagonista destemida e sarcástica, tal qual Pip, de “Manual de Assassinato para Boas Garotas”, ou Bel Price, de “O Reaparecimento de Rachel Price”. O mesmo ocorre com Billy, sua dupla de investigação e futuro par romântico, cuja personalidade também se assemelha às de Ravi e Ash (duplas de Pip e Bel, respectivamente), um erro que a autora só não cometeu em “Os Cinco Sobreviventes”.

“Ainda Não Morri” é a nova aposta de Holly Jackson. (Fotos: Divulgação/Intrínseca)

Apesar de alguns pequenos deslizes, o livro apresenta um excelente mistério principal, capaz de despertar a curiosidade do leitor até o fim. É a pedida certa para quem gosta de um bom thriller, representando mais um acerto da autora.

Foto de capa: Reprodução/Amazon Prime

Reportagem de Pedro Turteltaub com edição de texto de Cássia Verly