No último sábado (13), as ruas centrais da capital britânica foram palco de uma das maiores manifestações da direita nos últimos tempos: cerca de 110.000 pessoas participaram da marcha organizada pelo ativista Tommy Robinson sob o lema “Unite the Kingdom” (Unir o Reino), com protestos contra a imigração ilegal e críticas ao governo de Keir Starmer, atual Primeiro-ministro do Reino Unido. O evento, além de reunir grande número de manifestantes, resultou em conflitos com a polícia, suscitando reação firme do governo.
O protesto, centrado em críticas às políticas migratórias do governo de Keir Starmer, foi organizado sob slogans de controle de fronteiras, identidade nacional e defesa da “cultura britânica”. Manifestantes usavam bandeiras da Inglaterra e do Reino Unido, além de símbolos como chapéus “MAGA”. À margem do protesto principal, houve uma contramanifestação organizada pelo grupo Stand Up to Racism, com cerca de 5.000 pessoas, defendendo os direitos dos imigrantes e criticando o discurso xenófobo. A polícia montou cordões de contenção para evitar confrontos.

Durante a marcha, manifestantes tentaram romper barreiras policiais, atravessar áreas isoladas (safe zones) e alcançar os participantes da contramanifestação. Pelo menos 26 policiais ficaram feridos — quatro gravemente —, e ao menos 25 pessoas foram detidas. A polícia afirmou que alguns manifestantes chegaram com objetos para lançar, além de agressões físicas diretas contra agentes.
O primeiro-ministro expressou que, embora o direito a protestos pacíficos seja fundamental, “nós não toleraremos agressões a policiais nem intimidação de pessoas em nossas ruas por causa de sua origem ou cor da pele”. Starmer também afirmou que a bandeira britânica representa tolerância, diversidade e respeito, e que o país jamais cederá esse símbolo a quem o use para incitar medo ou divisão. Além disso, condenou os atos de violência vinculados ao protesto e reforçou que manifestações devem respeitar os direitos de todos, sem discriminação.

A imigração tornou-se questão central no debate público britânico, superando em relevância temas como a economia para muitos cidadãos. O governo enfrenta pressões internas e externas para responder não apenas à quantidade de imigrantes que chegam, mas ao sentimento crescente de insegurança entre parte da população — sentimento esse explorado por partidos e ativistas de direita. Há também críticas de organizações de direitos humanos quanto ao uso de bandeiras nacionais e símbolos patrióticos no protesto, considerados por muitos como apropriados por grupos de supremacia ou xenófobos.
Foto de capa: Reprodução/X
Reportagem de Raphael Lopes, com edição de texto de Gabriel Ribeiro
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Excelente matéria!
muito boa!!!
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