A Copa do Mundo de Clubes começou neste último sábado (14), nos Estados Unidos, marcando uma nova era nas competições entre clubes. A FIFA realizou um Mundial em 2000, no Brasil, que reuniu campeões continentais e o campeão nacional do país-sede, formato mantido entre 2005 e 2023.
Em 2024, o torneio foi renomeado para Mundial Intercontinental de Clubes e passou por alguns ajustes. Agora, em 2025, a FIFA promove uma competição histórica, reunindo 32 times de todos os continentes em um formato semelhante ao da Copa do Mundo, que também será disputada a cada quatro anos.
O Brasil é o país com mais representantes na competição: Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo. Todos garantiram a vaga ao vencer a Copa Libertadores, mostrando o domínio dos clubes brasileiros na América do Sul. Nos últimos seis anos, somente times do Brasil conquistaram a principal competição do continente.
No entanto, enfrentar equipes europeias e outras potências do futebol mundial continua sendo um grande desafio. O Corinthians foi o último clube brasileiro a vencer um time europeu no Mundial, em 2012. Além disso, apenas São Paulo, em 2005, e Internacional, em 2006, conquistaram o título mundial neste século.
Para entender as expectativas para a primeira Copa do Mundo de Clubes, a Agência UVA conversou com torcedores dos quatro times brasileiros que participarão dessa competição histórica, que promete alto nível e grandes desafios para os clubes do Brasil.
Julian Cabral, palmeirense, engenheiro de software, de 35 anos conta suas expectativas para a primeira Copa do Mundo de Clubes da história.
“Considero que, para o Palmeiras e para o palmeirense, participar desse torneio é uma premiação pelos últimos anos vividos, que foram os mais vitoriosos da história do clube. Essa Copa do Mundo de Clubes tem tudo para ser uma competição histórica, e participar da primeira edição será uma honra. As minhas expectativas são boas; será interessante ver meu time jogar contra times europeus e de outros continentes, testando a força da equipe diante de outras escolas”, afirma Julian.
Apesar de estar acostumado a ver o Palmeiras como um dos principais candidatos aos títulos das competições que disputa na América do Sul, Julian vê com outros olhos a projeção do alviverde paulista nesta competição.
“Nos últimos anos, o Palmeiras se acostumou a ser protagonista e favorito em todas as competições em que entra, mas essa vai ser diferente. Espero que o time faça uma boa fase de grupos e se classifique. Depois disso, é apelar para a mística e para os deuses do futebol. Eu acho que temos potencial para, pelo menos, ser o melhor time sul-americano da competição”, conta o engenheiro.
O Flamengo foi o primeiro carioca a garantir vaga no torneio, ao se sagrar campeão da Libertadores de 2022. Além disso, o Rubro-Negro é o clube do Rio de Janeiro com mais participações em competições da FIFA, com duas aparições, em 2019 e 2022. Ainda assim, para o torcedor, a primeira Copa do Mundo de Clubes da história tem um peso especial.
Caio Faraco, flamenguista, jornalista, de 22 anos, compartilha sua projeção para o principal torneio que o Flamengo disputará em 2025.
“É um momento histórico participar da primeira Copa do Mundo de Clubes da história. Acho que todo torcedor sempre quis ver seus times enfrentando times da elite do futebol. Vi o Flamengo disputar o Mundial em 2019, mas acho que essa competição será bem diferente. O Flamengo não poderia ter chegado melhor para esse Mundial, a contratação de Jorginho e a volta de jogadores importantes que estavam lesionados me anima”, conta o jornalista.
Caio também enxerga com os pés no chão a projeção do Flamengo na competição, principalmente por conta do alto nível de competitividade já na primeira fase, ao enfrentar o clube inglês Chelsea, além de um possível adversário difícil no primeiro mata-mata, em caso de classificação.
“A minha expectativa para o campeonato é muito grande; vai ser muito divertido de assistir. Em relação ao Flamengo, acho que vai passar na fase de grupos, mas dificilmente vai passar em primeiro, já que o Chelsea está no grupo. Passando em segundo, acho que o time talvez não passa das oitavas, já que a tendência é que enfrente o Bayern. Mas, como é jogo único, tudo pode acontecer”, pontua o torcedor.
O Fluminense garantiu sua vaga no torneio logo em seguida, ao conquistar pela primeira vez a Copa Libertadores, em 2023. Apesar de um 2024 ruim, em que o clube quase foi rebaixado à segunda divisão do futebol brasileiro, a participação na Copa do Mundo de Clubes, agora com técnico novo e elenco reforçado, é motivo de orgulho para o torcedor tricolor.
Luiz Eduardo, tricolor, analista de recursos humanos, de 21 anos, entende que o momento é para desfrutar dos títulos conquistados em 2023 e no início de 2024. Ele vê como um sentimento inigualável a chance de participar da primeira edição da Copa do Mundo de Clubes.
“Primeiramente, é um momento histórico para o Fluminense. O clube chega ao Mundial depois de ganhar dois títulos continentais inéditos. Apesar de ter passado por um 2024 ruim, nos cabe agora desfrutar desse momento; é um sentimento incrível disputar a primeira edição de um campeonato dessa magnitude”, afirma o analista.
O tricolor sabe das dificuldades que vai encarar na competição, e está ansioso para ver o Fluminense enfrentar o Borussia, gigante alemão, na estreia do clube carioca na competição.
“Jogar contra um time europeu, logo na partida de estreia, só aumenta mais o frio na barriga. Sinceramente, acho que podemos fazer algo significativo; o Fluminense é muito grande e já provou inúmeras vezes que é capaz de se superar. Nós temos jogadores que podem decidir uma partida a qualquer momento. Chegar às quartas é difícil mas não é inalcançável. Quem espera sempre alcança, né? Podemos ir mais longe? Não sei, mas quero o Fluminense onde ele merece estar.”, declara o tricolor.
O Botafogo foi o último brasileiro a garantir vaga no torneio, sendo o terceiro clube carioca em sequência, ao conquistar, também de forma inédita, a Copa Libertadores de 2024.
Josué Matheus, botafoguense, assistente de comunicação, de 22 anos, comenta sobre a participação do glorioso no torneio.
“A expectativa para essa competição é muito grande. Só de participar tira um peso enorme de todo botafoguense, pois é a realização de um sonho. Três anos atrás, estávamos quase falindo, e agora vamos jogar contra o atual campeão da Liga dos Campeões. Para o campeonato em si, eu acredito que o Botafogo vai se sair bem, na medida do possível”, conta o assistente
O Botafogo é, de longe, o clube brasileiro com o caminho mais difícil na fase de grupos, ao encarar duas potências europeias: o atual campeão da Liga dos Campeões, Paris Saint-Germain, e o Atlético de Madrid.
Josué sabe que o caminho para classificação do Alvinegro será difícil, mas destaca a resiliência que trouxe o Botafogo até esta competição.
“O time contratou bem, mas o grupo com PSG e Atlético de Madrid não deixa a gente sonhar muito alto. Mas a gente relembra todas as situações adversas que esse time já passou, como jogar uma final da Libertadores com um a menos. Então, sonhar não custa nada. Acredito que temos potencial para fazer um bom campeonato”, diz o torcedor
A primeira Copa do Mundo de Clubes da história chega ao fim no dia 13 de julho. Até lá, é hora de os torcedores aproveitarem cada momento dessa competição inédita, que promete emoção do início ao fim.
Foto de Capa: Reprodução/FIFA
Reportagem de Wilson Fort, com edição de texto de João Gabriel Lopes
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Agência UVA 
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