A Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, em coletiva na última sexta-feira (16), confirmou o primeiro caso de gripe aviária em um plantel de aves comerciais no estado. A granja é localizada no município de Montenegro, Região Metropolitana de Porto Alegre. O local tinha como objetivo fornecer material genético de galinhas matrizes para outros avicultores. Após o surto da doença, 80% das aves morreram, e as restantes foram sacrificadas como medida de controle inicial para evitar o avanço da enfermidade.

(Foto: Reprodução/Freepik)
Este é o primeiro relato de influenza aviária no território brasileiro em aves comercias, antes era documentado apenas em aves silvestres. O patógeno isolado na granja foi o H5N1, subtipo do vírus da influenza que, neste caso, atinge predominantemente aves e possui alta patogenicidade e letalidade. A granja afetada passará por diversos processos de desinfecção ao longo dos próximos dias.
Além disso, a Secretaria de Agricultura confirmou em entrevista que irá adotar o uso de barreiras de desinfecção. O método consiste em examinar veículos de diferentes funções em um raio de dez quilômetros do local do foco da doença. A medida terá início neste sábado (17).
Na mesma entrevista, a Secretaria comentou sobre as possíveis entradas do vírus na propriedade, com o discurso de que pode acontecer de diversas maneiras, como por exemplo, por meio de aves silvestres, sapatos, navalhas, ou até a água. Esses fatores ainda seguem sendo investigados.
Embora o vírus seja altamente nocivo para as aves, o risco de infecção em humanos é baixo, tanto pelo consumo da carne quanto de ovos. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou em comunicado que as pessoas podem ficar tranquilas quanto à inspeção dos produtos.
“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição do seu consumo”, destaca o comunicado da instituição.
Além de instaurar processos de desinfecção na propriedade afetada, o Mapa também localizou e destruiu os ovos enviados da granja para outros estabelecimentos no Brasil. Eles foram localizados nos estados do Paraná, Minas Gerais e no próprio Rio Grande do Sul.
“Ressaltamos que não há comprovação de que tais ovos estejam contaminados com o vírus da gripe aviária, e que todas as medidas necessárias para proteção da avicultura nacional estão sendo adotadas, reforçando o compromisso com a sociedade e com o setor produtivo”, afirma o Ministério em nota.

(Foto: Luiz Agner / IBGE)
Nesta segunda-feira (19), o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou que, se o Brasil permanecer sem novos casos da doença por pelo menos 28 dias, será considerado livre da gripe aviária. O tempo é baseado no ciclo de vida do vírus H5N1. Após esse período, as sanções às exportações impostas ao país poderão ser gradualmente retiradas. A autoridade ainda relata que o essencial é rastrear qualquer produto que tenha saído da granja.
“O importante é a gente fazer todo o bloqueio e o rastreamento de tudo que saiu dessa granja [de Montenegro]. Com isso, a gente fazendo a inutilização de toda essa produção, a gente diminui muito o risco de novos casos”, explica o Ministro.
Foto de capa: Reprodução / Agência Brasil
Reportagem de Brendon Faria, com edição de texto de Gustavo Pinheiro
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