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Trocas entre rivais cariocas: jogadores que vestiram as camisas dos quatro grandes do Rio

Relembre nomes marcantes que vestiram as cores dos quatro grandes do Rio

A recente ida de Dudu do Cruzeiro para o Atlético-MG voltou a esquentar um debate clássico do futebol brasileiro: trocar de rival é um ato de traição ou só mais um capítulo na trajetória de um profissional?

O anúncio de Dudu no Galo

O meia de 33 anos saiu do Cruzeiro após rescisão de contrato mútua com a direção do clube. O motivo mais provável foram rixas com o novo técnico do clube, o português Leonardo Jardim. Dudu assinou até 2027 com o rival Atlético Mineiro e agitou as manchetes de Minas Gerais e do Brasil.

Dudu foi anunciado a peso de ouro pelo Cruzeiro, mas não vingou e trocou a raposa pelo seu maior rival, Atlético Mineiro

Se já causa burburinho quando um jogador muda de um gigante para outro, imagine só vestir a camisa dos quatro maiores clubes de um mesmo estado. No Rio de Janeiro, são poucos os que se arriscaram nessa jornada. Mas quem teve coragem de atravessar essa ponte deixou sua marca — seja com aplausos, vaias ou histórias inesquecíveis.

Diego Souza, o camaleão carioca

Versátil dentro de campo e cheio de personalidade fora dele, Diego Souza é um dos raros nomes que passaram pelos quatro grandes do Rio. Revelado pelo Fluminense, ganhou projeção nacional com a camisa do Flamengo, teve uma rápida passagem pelo Botafogo e viveu talvez seu melhor momento no Vasco, onde virou artilheiro, ídolo e protagonista em clássicos. Diego sempre teve aquele estilo provocador, que inflama as torcidas — tanto a favor quanto contra. E foi exatamente isso que o transformou em um personagem tão marcante no futebol carioca.

Apesar de ter jogado nos quatro grandes, sua maior identificação foi com o Vasco

Léo Moura, da idolatria à controvérsia

Léo Moura construiu uma carreira sólida e vitoriosa, principalmente no Flamengo, clube pelo qual se tornou ídolo e referência na lateral-direita por mais de uma década. Mas sua trajetória também tem capítulos com as camisas de Fluminense, Vasco e Botafogo — o que, para alguns torcedores, soa como uma heresia. Ainda assim, Léo sempre soube lidar com essa dualidade: mesmo tendo rodado por todos os rivais, conseguiu manter o respeito e o reconhecimento por onde passou. Poucos atletas têm esse equilíbrio entre identidade e profissionalismo.

Leo Moura foi capitão do Flamengo por anos

Outros nomes que atravessaram as cores da rivalidade

Além de Diego Souza e Léo Moura, outros jogadores também toparam o desafio de vestir as camisas dos quatro grandes do Rio. O lateral-esquerdo Júlio César, que se destacou no Fluminense e rodou por Flamengo, Vasco e Botafogo, é um desses exemplos. O zagueiro Renato Silva, conhecido por sua firmeza na defesa, também deixou sua marca por todos os rivais cariocas. Cada um com sua trajetória, altos e baixos, momentos de carinho e de cobrança. Trocar de camisa entre rivais pode parecer provocação, mas na maioria das vezes é apenas o caminho de quem quer seguir fazendo o que ama: jogar futebol, não importa a cor do uniforme.

Não foram só jogadores: Joel Santana comandou os quatro grandes

E não foram apenas os jogadores que encararam esse desafio. Joel Santana, o famoso “Papai Joel”, talvez represente melhor do que ninguém a alma do futebol carioca. Carismático, autêntico e dono de um vocabulário único, ele dirigiu Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo e levantou taças com quase todos. Conhecido por seu jeito simples e direto de lidar com os jogadores, Joel construiu uma relação de carinho com torcidas de lados opostos. Em um ambiente onde a rivalidade costuma separar, ele soube unir com bom humor, competência e títulos.

Joel e Romário no Vasco em 2000.  Foto: Fernando Maia/ Agência O Globo

Essas histórias mostram que, no futebol, as linhas que separam a paixão e a profissão nem sempre são tão nítidas. Vestir a camisa de um rival pode ferir o sentimento de parte da torcida, mas também revela o lado humano do jogador que precisa decidir entre o amor da arquibancada e as oportunidades que surgem dentro de campo. No fim das contas, são escolhas que entram para a história e ajudam a contar a rica e imprevisível narrativa do futebol carioca.

Foto de capa: Reprodução/Coluna do Fla

Reportagem de Rodrigo Téo, com edição de texto de João Gabriel Lopes

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