A eleição presidencial nos Estados Unidos ocorre de quatro em quatro anos, assim como a do Brasil. Por lá a votação não é obrigatória e no dia cinco de novembro, eleitores podem ir às urnas para escolher quem será eleito no pleito. Embora o partido Democrata, representado por Kamala Harris, e o partido Republicano, representado por Donald Trump, sejam os protagonistas da disputa, existem outros candidatos e partidos na corrida eleitoral.
O sistema eleitoral estadunidense se diferencia bastante do brasileiro. Nos Estados Unidos, além do voto não ser obrigatório, eleitores podem antecipar a votação de forma presencial ou votar por correio antes do dia do pleito. Como as cédulas são de papel, a apuração dos votos pode levar dias para ser concluída.
Antes do período eleitoral começar, os partidos realizam convenções e eleições primárias para decidir quem serão seus representantes. Embora o cenário político estadunidense seja historicamente centrado nos partidos Democrata e Republicano, existem outras agremiações, como o Partido Verde, Partido Popular e Partido Libertário. Além da diversidade de partidos menores, o sistema político americano permite candidaturas independentes.
Sistema eleitoral
Nos Estados Unidos a votação presidencial ocorre de maneira indireta, ou seja, não são os votos da população que elegem diretamente o presidente, fazendo com que nem sempre quem recebe mais votos seja eleito. Para ganhar a eleição, o candidato precisa vencer no colégio eleitoral nacional, que é formado pelos delegados de cada estado. Esse sistema faz com que seja mais difícil que candidaturas de outros partidos avancem na disputa.
O país é composto por 50 estados. Para formar o colégio eleitoral nacional cada estado possui uma quantidade de delegados, determinada pela soma do número de senadores, sempre dois, e deputados, proporcional à sua população, daquele estado no Congresso. Estados mais populosos consequentemente possuem mais delegados, assim como os que têm uma população menor, possuem menos.

Mesmo que a disputa seja nacional, a contagem de votos é feita por estados. Desse modo, o candidato que obtiver a maioria dos votos populares na região, fica com os delegados da mesma. O estado da Califórnia, por exemplo, possui 54 delegados. Isso significa que o vencedor dos votos populares no estado, vai contabilizar essa quantidade de delegados.
Ao todo o país possui 538 delegados e para alcançar a maioria deles, é preciso conquistar pelo menos 270. A regra, conhecida como “o vencedor leva tudo”, é válida em 48 dos 50 estados. As exceções são Maine e Nebraska, onde os votos dos delegados são proporcionais aos votos populares.
O modelo americano, que institui o colégio eleitoral, foi estruturado para assegurar que os estados tivessem tanto poder quanto o país inteiro. Isso garantia que estados menores e mais afastados tivessem, proporcionalmente, o mesmo peso e importância na hora de escolher um novo presidente. Assim, os delegados surgiram como figura de organização eleitoral e política dos estados.
Estados-pêndulo
Como o sistema eleitoral estadunidense favorece os partidos Democrata e Republicano, alguns estados tradicionalmente elegem candidatos dessas agremiações. Nessas regiões isso costuma acontecer por um alinhamento ideológico da comunidade com o partido em si, independente do candidato. Dessa forma, estados mais progressistas tendem a votar no Democrata, alinhado à esquerda, enquanto regiões conservadoras votam, em sua maioria, no Partido Republicano, alinhado à direita.
Historicamente, os estados mais populosos, como a Califórnia, votam de maneira progressista, enquanto áreas mais rurais, como o Texas, decidem pelos conservadores. No entanto, existem estados que não possuem um posicionamento bem definido e mudam de voto a cada eleição. Esses são considerados estados-pêndulo, já que de quatro em quatro anos podem pender para a direita ou para a esquerda.
Ao longo do tempo, Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin são os estados que costumam trocar de lado a cada ciclo eleitoral. Como os votos das regiões que tradicionalmente apoiam um partido não são suficiente para ganhar a disputa, os candidatos focam nos estados-pêndulo para conseguir aumentar seu número de votos no colégio eleitoral, e por isso eles são considerados decisivos.
Foto de Capa: Reprodução/Instagram
Reportagem de Gabriel Ribeiro
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