Comportamento Crônica Esporte

Obrigado por tudo, Antero!

Em relato emocionante, Mateus Aguiar escreve sobre sua admiração pelo jornalista Antero Greco, que faleceu recentemente

Por Mateus Matias

Lembro como se fosse ontem quando meus pais adquiriram um serviço de TV via satélite com inúmeros canais pagos. Eu, ainda criança, já apaixonado por desenhos e esportes, “zapeava” sempre pelos canais animados e esportivos, até que um dia cheguei aos canais ESPN para acompanhar algum jogo da “Barclays Premier League”, eu devia ter uns 11 anos de idade. Adorei aqueles jogos, fui pego pela narração do Paulo Andrade, e com isso acabei assistindo outros programas.

Um dia me deparei com SportsCenter. Meu time tinha acabado de vencer uma partida pelo campeonato brasileiro de 2010 e eu queria a todo custo ver qualquer coisa que citasse a vitória do Fluminense. Gente, pelo amor de Deus. O que era o SportsCenter? Paulo Soares, o Amigão, e Antero Greco. Aquilo ali não era programa esportivo. Bom, podia ser às vezes, mas a tônica era: O povo de casa tem que passar mal de rir. E assim acontecia.

Na adolescência, tive alguns problemas que me trouxeram a insônia, e lá estava o SportsCenter, invadindo a madrugada com informações esportivas e o principal: Palhaçadas de Amigão e Antero.

Quando eu li o texto do Amigão falando sobre o estado de saúde de Antero, eu quase chorei. Os dois foram meus amigos por toda a adolescência e eles nem sabem disso. Foram minhas companhias em muitas noites péssimas. Trouxeram alegria para meus dias ruins. E me incentivaram a ser jornalista.

A faculdade me ensina postura, que jornalismo é algo sério, que não se brinca com a informação. Antero discorda. E discorda na prática. Ele brincava MUITO com a informação. E qualquer ser humano que assistisse, passaria mal de rir. Se tem caras que eu gostaria de ser parecido daqui muitos anos, certamente são Antero e Amigão. E eu sei que só o Antero se foi para uma melhor. Mas como foram Claudinho e Bochecha para o funk, Antero e Amigão são para o jornalismo esportivo. Ou só jornalismo.

As interações dos dois me fizeram sorrir tanto, que eu não me dou ao direito de chorar agora. Essa doença maldita não vai me fazer derrubar uma lágrima por alguém que me fez parar de chorar tantas vezes. Como esquecer da interação?
“O também São Paulo está próximo de fechar com o atacante Milton CARAGLIO… vai ser difícil né?” “Bom, mas você também não precisava encher a boca pra falar o nome dele, né? Agora se vira.” “Milton CARAGLIO tem 27 an…(gargalhadas)” “E ainda repete (risos)”. Vai, clica aí. Duvido você não rir.

Cara, sério. Antero Greco é muito foda! Sem tirar nem pôr. Ele é foda pra caralho. Não dá para lembrar do cara sem pensar na história que esse cara deixa como legado para qualquer pessoa que é ou vai se tornar jornalista. Ele é uma entidade para a profissão, e se bobear, uma entidade na vida de cada pessoa que teve o privilégio de acompanhar o grande profissional que ele é.

Espero que a família e os fãs fiquem eternamente felizes e satisfeitos pelo que representará para sempre quem foi Antero Greco em vida. Que não sintam nenhuma tristeza ou quaisquer outros sentimentos negativos. Que todos possam lembrar deste ser celestial como um dos maiores e melhores seres que passaram por este plano.

Obrigado por tudo, Antero. Sou um grande fã, e vou parar por aqui. Disse que não ia chorar mas tô quase. A foto de capa é como gostaria que lembrassem de você: Sorrindo e feliz, como por muitos dias você me fez ser.

Crônica de Mateus Matias, com edição de texto de João Agner

Foto de Capa: Reprodução/Instagram / Banda B

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