Com a estreia da terceira temporada da série original da Netflix “Bridgerton”, os telespectadores voltam a se encantar pelos figurinos e caracterização da série. Baseada na série de livros de Julia Quinn, a trama se passa em 1813, durante a Regência Britânica, e acompanha a história da família Bridgerton na alta sociedade da Inglaterra, enquanto entram em uma saga para conseguir seus pretendentes e herdeiros.
Ellen Mirojnick, figurinista da série, revelou em entrevista para a Harper’s Bazaar que mais de 7.500 peças foram feitas apenas para a primeira temporada, sendo 104 apenas para a protagonista da vez, Daphne (Phoebe Dynevor). A série se passa em um universo fictício, e isso transparece também nos figurinos, que são uma mistura de elementos de 1800 e até 1960.

Os elementos dos anos 1800 estão presentes nos cortes retos dos vestidos, assim como o busto marcado, enquanto as cores, bordados e estampas são algo mais dos anos 1950 e 1960. Ellen revelou que a escolha de trazer aspectos modernos para os looks é uma estratégia para despertar maior interesse no telespectador e também para conectá-los melhor com a narrativa.
As escolhas para cada personagem refletem também nas joias. Os Bridgerton usam acessórios prateados e cores mais discretas e pastéis, representando o fato de serem uma família mais tradicional e antiga na alta sociedade, enquanto a família Featherington opta pelo dourado, junto com suas vestimentas com cores e estampas exageradas, conversando com a sua recente ascensão na sociedade.


Durante a segunda temporada, a personagem Kate Sharma (Simone Ashley), pretendente de Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey), tem raízes indianas. A equipe da série procurou a melhor forma de traduzir isso em suas roupas, usando bordados e referências à sua cultura, junto com as cores que acompanham as emoções de cada personagem.

Nessa mesma temporada Anthony mudou suas cores para tons mais escuros, para demonstrar a seriedade e o momento que o personagem passava em busca de sua futura esposa, enquanto enfrentava alguns fantasmas de seu passado.

Penelope Featherington (Nicola Coughlan) é a nova protagonista da terceira temporada. Ao longo da série, vemos uma personagem que usa muitas cores vibrantes, principalmente o amarelo. Para essa nova fase, a personagem é uma mulher mais independente, e a mudança da paleta de cores e da maquiagem foi uma escolha para transmitir o ar mais maduro da personagem.
É possível perceber também a evolução em Colin Bridgerton (Luke Newton), par romântico de Penelope. O personagem usa roupas mais maduras, com elementos meio “arrogantes”, diferente das primeiras temporadas, nas quais ele parecia apenas um “menino”, e agora evoluiu para um homem mais sério.


De todos os personagens, a que mais se destaca quando o assunto é caracterização é a Rainha Charlotte (Golda Rosheuvel). A personagem, que ganhou até um spin-off próprio sobre seu passado, é uma verdadeira rainha em seus looks. Com perucas fantásticas e vestidos exorbitantes, ela rouba a cena em todas as suas aparições.

As roupas dos anos de 1800 refletem a moda atual até hoje. Flávio Bragança, professor de indumentária do curso de Moda da UVA, explica que a moda contemporânea é muito diversa, e que podemos encontrar resquícios dessa época em nossas roupas até hoje.
“Entre tantas referências, é possível identificar algumas correspondentes à moda do início do século XIX, como os vestidos e blusas com a cintura deslocada logo abaixo do busto, conhecida como linha império, e o uso de sapatos baixos como sapatilhas”, comenta o professor.
Sobre sua opinião acerca da mistura de elementos para o figurino da série, ele afirma que é algo normalmente visto em conto de fadas, e que nessas ocasiões, os trajes não correspondem ao período histórico da qual a narrativa se passa, sendo o caso de Bridgerton, onde que muitos elementos não são correspondentes ao comportamento social da época.
A primeira parte da nova temporada de “Bridgerton” já está disponível na Netflix, enquanto a segunda parte tem previsão de estreia para o dia 13 de junho, na mesma plataforma de streaming.
Foto de capa: Divulgação/Netflix
Reportagem de Cássia Verly, com edição de texto de João Agner
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