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Aula inaugural dos cursos de comunicação da UVA discute a importância do trabalho do assessor de imprensa

Germana Moura, diretora da Approach, contou sua experiência atuando há 30 anos na área

Na última quarta-feira (13), no turno da manhã, aconteceu a aula inaugural dos cursos de Jornalismo e Publicidade no auditório do campus Tijuca da Universidade Veiga de Almeida. Com o tema “Comunicação Corporativa”, Germana Moura, sócia e diretora do grupo Approach, destacou as mudanças que ocorreram no setor nos últimos anos. Ela também pensou possibilidades para o uso de ferramentas de inteligência artificial e respondeu perguntas dos alunos. 

Germana iniciou a aula comentando sobre a sua carreira de mais de 30 anos. Formada em jornalismo, ela já atuou como repórter do jornal O Globo nos cadernos de bairros e editoria de economia. Depois, trabalhou na assessoria de imprensa da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) , onde passou a conhecer e a desenvolver interesse pela comunicação institucional, até virar sócia e diretora da Approach, uma das maiores agências de comunicação do país. 

“Eu me sentia estagnada no O Globo, às vezes pesquisava semanas para entregar algo novo e por algum motivo aquilo não ia para a frente. Uma amiga minha foi para a CSN e me chamou, eu fui, e me surpreendi em como a comunicação corporativa era super estratégica, e passei a ter um prazer muito grande nisso”, contou Germana. 

Mesmo trazendo suas experiências pessoais, a jornalista focou em conceituar a comunicação corporativa, destacando a importância de entender que, diferente do jornalismo tradicional, que visa o interesse público, na comunicação institucional o interesse é privado e precisa de estratégias para se consolidar. Segundo ela, as empresas precisam trabalhar para construir uma boa reputação na mídia, e é também por aí que passa o trabalho do assessor de imprensa. 

Pensando nas transformações ao longo do tempo, Germana afirmou que hoje, o jornalismo e a publicidade estão mais juntos do que nunca quando se fala sobre as carreiras próximas à comunicação corporativa. “Antigamente a assessoria não era estratégica, servia apenas para ser uma ponte entre as empresas e o público ou os veículos de comunicação. Hoje, com a integração das redes, as assessorias das empresas pautam seus interesses e tentam, utilizando estratégias diferentes, conseguir visibilidade nos veículos. O pensamento é transformar as ações de marketing em notícia, aproximando mais o jornalismo da lógica publicitária”, disse a diretora da Approach. 

Nesse setor, o olhar de contador de histórias do jornalista deve ser alinhado a lógica de vendas e interesse privado dos publicitários. (Foto: Gabriel Ribeiro/Agência UVA)

Nesse sentido, o papel do assessor de imprensa passa a ser então planejar as melhores estratégias, potencializar as temáticas em que a empresa se envolve, articular e negociar divulgações, gerenciar crises, entre outras funções. O relacionamento com os veículos tradicionais ou mais novos, como podcasts e outros meios das redes sociais, é muito importante para que as estratégias formuladas possam se consolidar. Todo esse trabalho é revertido para as empresas, seja na construção de uma boa imagem ou em vendas diretas. 

“Hoje nós criamos diversas ações misturadas, lidamos com influenciadores, traçamos novas estratégias. É preciso que o assessor tenha essa cabeça criativa do publicitário. Eu, enquanto jornalista de formação, tenho mais dificuldade para essas coisas. Então os estudantes devem mergulhar nos dois universos”, afirmou a jornalista.

Germana também falou sobre a integração de ferramentas de inteligência artificial (IA) no cotidiano do assessor de imprensa. Para ela, mudanças fazem parte e é importante que os profissionais da área de comunicação estejam atentos a essas atualizações. No entanto, acredita que essas ferramentas não devem ser utilizadas para questões criativas, ou para formular estratégias e desenvolver os principais trabalhos da equipe de assessoria. 

A diretora da Approach contou que prefere utilizar as plataformas de inteligência artificial como um assistente, então usa as ferramentas para traduzir, corrigir a ortografia, resumir textos, além de exercitar alguns brainstormings. Germana ainda lembra da importância de utilizar as novas tecnologias com atenção, já que as mesmas são, muitas vezes, capazes de produzir fatos e serem manipuladas, além de plagiar conteúdos disponíveis na internet. 

A aula inaugural terminou com Germana destacando que acredita que o trabalho dos jornalistas não será substituído por recursos de IA, já que os mesmos não têm capacidade de serem empáticos ou de desenvolver trabalhos criativos, como os seres humanos. Além disso, a jornalista confessou que espera que sua fala tenha ampliado o horizonte dos alunos em relação ao universo da comunicação corporativa. 

Foto de capa: Gabriel Ribeiro/Agência UVA

Reportagem de Gabriel Ribeiro, com edição de texto de João Agner

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