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NYFW24: da brasileira PatBo até a estreia de Peter Do na Helmut Lang, confira os destaques

O evento em Nova York dei início das semanas de moda, passando por Londres, Paris e terminando em Milão

Em setembro, se iniciam as semanas de moda, começando pela cidade de Nova Iorque, Londres, Milão e terminando em Paris. Nesta edição o evento conta com a participação das estilistas brasileiras Patricia Bonaldi e a estreia da marca Ventana, sob o comando de Gabrielle Pilotto, além da aguardada estreia de Peter Do pela Helmut Lang, além das consolidadas americanas, como Coach, Carolina Herrera e muito mais.

A semana se moda de Nova York, que aconteceu nos dias 08 até 13 de setembro, contou com um desfile extra, fora do calendário oficial, e no dia 07, Coach exibiu sua nova coleção. Conhecida por suas peças de couro, o show contou com bolsas de formatos que iam dos tradicionais aos lacinhos e patinhos, além de diversas peças em jaquetas oversized e uma versão de sua bolsa clássica com estampa de marcas de batom.

Mesmo usando couro reciclado, durante o desfile ocorreram protestos de defensores dos direitos animais. Em resposta a isso, o diretor criativo da marca Stuart Vevers apenas disse que respeitava todos os pontos de vista.

Já no início oficial do evento, ocorreu a aguardada estreia de Peter Do na Helmut Lang. O desfile foi nomeado como “Born to Go” e teve peças minimalistas e clássicas, porém nada chatas. Do pôs suas modelos desfilando em zig-zag e remeteu o dia a dia nova-iorquino nas faixas amarelas dos táxis em suas peças, enquanto a passarela era iluminada pelo poema “Time is a Mother”, de Ocean Voung, além das estampas em camisetas da coleção.

“Do terá que encontrar o seu próprio contato com Lang e depois expressar esse espírito de uma forma contemporânea, em vez de só respeitar um legado. Caso contrário, é mais fácil comprar na Uniqlo do que na Helmut Lang”, disse Cathy Horyn para o The Cut a respeito da estreia de Peter Do na Helmut Lang.

Outra marca conhecida que voltou a desfilar depois de quatro anos foi a Ralph Lauren, sem muitas mudanças, as peças continuaram da maneira como são conhecidas, simples e elegantes, com algumas peças em grampeados e marcantes peças em dourado, como o vestido usado por Christy Turlington, um dos mais comentadas do desfile.

Partindo para o dia 09, foi a vez da brasileira Patricia Bonaldi — a PatBo — aparecer pela sua sexta vez na NYFW, com a colaboração da linha de maquiagens de Bruna Tavares e os cosméticos da Simple Organic e Braé, ambas marcas brasileiras. O desfile “Tropicália”, inspirado no Brasil dos anos 70, contou com muitas miçangas, franjas, tons quentes e bordados feitos à mão em Minas Gerais, estado natal da estilista.

Nesse mesmo dia, outra marca brasileira estaria marcando presença no evento em Nova Iorque. Ventana teve sua estreia com direção criativa da fundadora Gabrielle Pilotto com a coleção intitulada “SUTURE”, com base no upcycling (técnica de reutilizar materiais). O desfile teve como convidadas a empresária e blogueira Bianca Andrade, a Boca Rosa, e a influencer GKay.

No dia 10, foi a vez de Sandy Liang. A marca de mesmo nome da designer sino-estadunidense tem ganhado cada vez mais popularidade devido ao TikTok. Com sua coleção inspirada em “As Virgens Suicidas” e “Aquamarine”, cheia de tons pastéis, laços, flores e acessórios como brincos em formatos de conchas do mar, foram apresentados em diversos conjuntos com bolsas no formato de laços gigantes.

Chegando ao final do evento, Carolina Herrera e Elena Velez desfilaram suas coleções de verão 24. Com tules, corsets e alguns vestidos de baile, em tons coloridos porém suaves, Wes Gordon completou 5 anos no lugar da fundadora Carolina Herrera, e demonstrou que entende a essência da marca e mais importante, são o que o seu público alvo consome.

Para Elena Velez, suas peças foram ofuscadas pelo pós do desfile, que foi realizado em uma passarela de lama, onde ao final as modelos se jogavam no chão e iniciavam uma guerra de lama. A ideia de Velez era representar a “sanitização e o moralismo comportamental imposto as mulheres”. Ela, que sempre toca em questões relacionadas a vivência feminina, recebeu uma chuva de críticas nas redes sociais onde os internautas a acusavam de uma “viralização” forçada, e alguns até comparavam com o desfile também na lama da Balenciaga. As controvérsias se intensificaram ainda mais quando Velez se recusou a dar entrevistas e explicar o conceito de suas criações, o que fez com que a acusassem ainda mais de apresentar projetos e protestos rasos.

Em um semblante geral, a NYFW teve nomes grandes apresentando coleções simples, enquanto os mais novos obtinham sucesso em termos de popularidade nas redes, mas ainda não são referências em vendas no mercado. Na internet, muitos se questionavam da relevância do evento nessa temporada, enquanto discutiam que mesmo as marcas já consolidadas tinham dificuldade de bater de frente com as gigantes europeias de Paris e Milão.

Foto de Capa: Reprodução/Instagram

Reportagem por Camila Teixeira, com edição de texto por João Agner

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4 comentários em “NYFW24: da brasileira PatBo até a estreia de Peter Do na Helmut Lang, confira os destaques

  1. Avatar de Celso Leonardo Teixeira
    Celso Leonardo Teixeira

    Muito boa matéria,

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