A escritora norte-americana Jenna Evans Welch esteve presente no sábado (09) na Bienal para divulgar seu novo livro “Feitiço para coisas perdidas”. A autora do best-seller “Amor & Gelato”, que virou filme da Netflix, respondeu as perguntas de quatro entrevistadores. A palestra deveria ter ocorrido às 15h, mas teve o horário alterado para as 19h. Em decorrência a mudança de horário repentina, a sala não estava tão cheia quanto as de outras autoras internacionais. Após a conversa, a autora participou de uma sessão de autógrafos com as fãs.
Uma das entrevistadoras pergunta se no caso de “Feitiço para coisas perdidas”, ela conseguiu compreender alguma questão pessoal enquanto escrevia a história de Willow, uma jovem que se sente perdida e planeja viajar o mundo, porém seus planos são interrompidos quando sua mãe ausente aparece e a leva para resolver pendências de família em Salem, cidade conhecida por queimar bruxas no século XVII. Jenna responde que “toda vez que termino um livro, sinto que ressoa sobre algo pessoal. No caso, eu fiquei muito interessada em como feitiços e maldições se manifestam em forma de traumas familiares”. Em seguida, Jenna respondeu sobre o seu processo criativo:
“Primeiro eu escolho o local e depois eu decido o tema. Assim, os detalhes da história vem com facilidade”, comenta a escritora do sucesso internacional “Amor & Gelato”.
Outra entrevistadora pergunta se existe a possibilidade de vermos um livro de Jenna sendo ambientado na Cidade Maravilhosa.
“Obviamente, a energia é incrível. Eu acho que vocês (cariocas) são pessoas muito abertas e amáveis. Acredito que o Rio de Janeiro seria um lugar incrível para começar uma história”, responde a autora.
Jenna completa, dizendo que “as fãs brasileiras são muito calorosas, mais do que as americanas”. Essa frase provocou uma grande reação na plateia, que vibrou ao ouvir o carinho da escritora, que afirmou nunca ter pensado em vir para o Brasil, muito menos em ter leitores no mundo todo.
“Saber que eu tive impacto na vida dos meus leitores, da mesma forma que os meus autores favoritos tiveram na minha, é a maior alegria da minha vida”, considera Jenna.
Uma das entrevistadoras afirma que, nas histórias de Jenna, sempre existe um guia turístico para ajudar os personagens em suas trajetórias, então ela questiona se a escritora tem algum tipo de ‘guia’ em sua vida particular. A autora reflete que “o tarô é uma grande força para mim agora. As cartas refletem os meus processos internos. Eu acredito em magia e, durante a escrita do meu novo livro, eu participei de rituais holísticos”.
A autora foi perguntada se o luto é um tema que a move, pois ele já foi retratado em duas de suas obras. “Luto é um assunto pesado e comovente. Todas as pessoas vão experimentar essa sensação em algum ponto de suas vidas, então, sim, é um tópico que me move”, pondera a autora.
No final da conversa, o roteiro da adaptação da Netflix foi debatido. Jenna, após ter sido questionada sobre o que ela mudaria no filme, respondeu que sentiu falta da inocência dos personagens e teria feito a história de forma mais jovial.
Foto de capa: Larissa Martins/Agência UVA
Reportagem de Larissa Martins, com edição de texto de João Agner
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