A Bienal do Livro reúne diversos públicos para aproveitar tudo de melhor que o mercado editorial pode oferecer. Livros de todos os gêneros, autores independentes e renomados, brindes e promoções exclusivas – as atrações e objetos de compra são variados. Pensando nisso, a Agência UVA realizou uma pesquisa para entender o que os visitantes da Bienal que são da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) buscaram consumir neste evento, que terminou no domingo (10), na Barra da Tijuca.
À princípio, pode-se pensar que a juventude, tão conectada aos celulares, não iria ter interesse por literatura. No entanto, a Bienal provou o contrário. Vanessa, de 28 anos, diz que consome principalmente young adult, e buscou ir atrás de autoras nacionais, como a romancista Stefânia Cedro.
“O evento está bem lotado, o que significa que as pessoas da nossa geração estão interessadas na leitura”, relata Vanessa, de 28 anos.

Geovanna, de 20 anos, foi sem uma lista de compras definida, mas buscou livros voltados para teatro e cinema, que são a sua área de formação. Contudo, a estudante se decepcionou com os preços. Na sua opinião, “não vale a pena comprar em editoras famosas na Bienal, a não ser que haja uma promoção, como no caso da Alt”. No caso, todos os livros da Editora Alt estavam por apenas R$20,00 no estande.

“O ponto forte da Bienal é a descoberta. Chegar de forma antecipada e olhar com calma é fundamental. O evento oferece surpresas agradáveis”, afirma Geovanna.
Em relação a descobertas, Juliana, de 21 anos, disse que esta foi a sua primeira vez na Bienal do Livro e foi surpreendida positivamente. A estudante de odontologia disse que não esperava encontrar autores nacionais divulgando seu próprio trabalho. “Eu achei essa experiência muito legal, porque só esperava achar os livros mais famosos, de grandes editoras. Eu não sabia que os escritores nacionais estariam ali fazendo seu merchan“, conta Juliana.
Apesar do evento abrir as portas para escritores em início de carreira, os livros que receberam mais destaque dentro dos estandes foram os que mais aparecem no TikTok. A rede social de vídeos curtos foi a patrocinadora oficial do evento, e existe até um nome para a categoria: booktok. Essa plataforma se tornou um meio para incentivar a leitura da geração Z, que vive conectada na internet.

Camila, de 20 anos, chegou as 8h para conseguir a senha para assistir a palestra da escritora de ‘Amor & Gelato’, Jenna Evans Welch, que foi adiada de 15h para às 19h, no sábado (9). As fãs da trilogia aguardaram com persistência até o fim da sessão de autógrafos com a autora, que durou até as 22h.

“Foi uma batalha, que valeu muito a pena. Na hora que eu encontrei ela foi como se todo o cansaço tivesse sumido. Eu me senti absurdamente feliz”, reflete Camila.
Fica claro que, além de ser um evento para a toda a família, a Bienal do Livro procura atender as gerações mais novas e o que elas buscam: seja com promoções ou atrações, o festival é imperdível para todos os leitores.
Foto de capa: Larissa Martins/Agência UVA
Reportagem de Larissa Martins, com edição de texto de João Agner
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