A nova edição da Bienal do Livro, que começou nesta sexta (01), comemora 40 anos do evento no Rio de Janeiro. O que começou como uma feira de livros nos salões do Copacabana Palace, se tornou um dos principais eventos culturais sobre o universo literário. Ao longo de todas as edições, o evento tem proporcionado experiências que conectam autores, editoras e livrarias aos seus leitores.
Para os cariocas amantes de livros, não faltam lembranças nos corredores do evento, desde de conhecer seus autores favoritos até falar suas primeiras palavras. Essa é apenas uma das memórias da publicitária Fernanda Abitan, 26, que já esteve presente em oito edições. Em um desses anos, seus tios tinham um stand na praça de alimentação, e ela aproveitou para ir todos os dias de carona. Como já estava mais velha, levou o seu primo, Eduardo, de apenas dois anos e que não falava, para visitar os pais que estavam trabalhando.
“Assim que a gente se aproximou do caixa, ele disse “mamãe” pela primeira vez e minha tia ficou emocionada. A gente nunca mais esqueceu”, lembra Fernanda.

A Bienal também é o local em que muitas crianças têm o primeiro contato com os livros, já que muitas escolas costumam levar seus alunos em excursões. Esses passeios marcaram a infância de Fael Velloso, 36, que recorda até hoje da primeira vez que foi ao evento nos anos 90.
“Eu era criança, e a primeira vez que fui achei aquilo tudo mágico. Muito gigantesco, tantos livros, e muita gente atrás deles,” conta Fael.

Ele lembra ainda do livro que comprou do herói “Incrível Hulk”, em que o personagem saltava das páginas. Esse livro o acompanhou por anos de sua vida, e a paixão pelos livros influenciou anos mais tarde na sua profissão de roteirista.
Para a gerente editorial Kátia Regina, 51, foi o oposto: começou a frequentar o evento por conta do trabalho e depois como amante do universo literário. Ainda na faculdade, Kátia e seu grupo realizaram um trabalho sobre a importância do evento.
“Foi uma oportunidade única de pesquisar e documentar tudo que girava em torno do universo editorial da época. Foi uma aventura inesquecível. Fomos ao Rio Centro em vários dias diferentes para conseguir extrair ao máximo a essência do que era a Bienal na época,” recorda a gerente.

Kátia sempre faz questão de participar e levar as suas filhas. Durante todo esse tempo, esteve presente em diversas edições, incluindo uma na capital paulista, e teve oportunidade de conhecer diversos autores e participar de debates importantes na sua área. Mas a sua maior diversão é encontrar os seus trabalhos materializados em formato de livros em diversos stands.

A última edição, em 2021, também foi um marco na carreira da jornalista Luísa Souto, 25, pois conseguiu vencer algumas inseguranças pessoais e, durante a cobertura do evento para o portal que trabalha, realizou suas primeiras entrevistas.
“Foi muito marcante, especialmente porque estávamos retornando a ter atividades com mais pessoas. Além disso, entrevistei alguns escritores como Felipe Cabral, Clara Alves e Paola Aleksandra. Coloquei na cabeça que precisava realizar aquelas entrevistas. Não só consegui, como foi incrível trocar ideias com algumas das personalidades”, conta a jornalista.

O evento traz cada vez mais atividades que propiciam aos leitores a trocar com seus autores favoritos e conhecer novos, e se sentirem mais próximos deles. E as memórias mais marcantes da atriz Lah Neto, 18, vêm dessa oportunidade de ver de perto artistas que ela mais admira. Dentre as sete edições em que participou, a primeira, que foi com a sua tia e sua prima quando criança, guarda uma memória especial. Já no evento descobriram que o Ziraldo estava autografando livros e foram para fila, mesmo sem nenhum exemplar de livro.
“A gente decidiu comprar ali na fila mesmo um livro do “Menino Maluquinho”, que eu li muito durante a minha infância. Quando eu cheguei na frente de Ziraldo, era algo surreal pra mim ver alguém que eu já admirava, fiquei com vergonha, mas ele foi super simpático”, conta.


Além de encontrar os escritores prediletos, a Bienal proporciona encontros inusitados. Como aconteceu com a Anna Beatriz, 26, atriz e criadora de conteúdo digital. Em 2015, andando pela Bienal, ela viu um pôster gigante do livro “Perdida”, de Carina Rissi.
“Quando vimos o pôster, minha mãe comentou: ‘é o seu livro’, porque sou muito avoada. O cartaz tinha a personagem usando um vestido de época, e eu amo obra de época, e um All Star vermelho”, lembra Anna.
Naquele momento, se contentou apenas em tirar uma foto com o pôster. Anos depois, ela ganhou aquele livro de presente de uma amiga, que também achou a cara dela. Acabou se tornando o seu livro e sua autora favorita, dando nome ao seu canal no YouTube.

Sem dúvida, a edição 2023 também vai deixar memórias em quem acompanha o evento. Para saber a programação completa, acesse o site da Bienal.
Foto de capa: Fernando Frazão/Agência Brasil
Reportagem de Nathalia Bittencourt, com edição de texto de João Agner
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Parabéns, Nathalia Bittencourt!
Excelente matéria!
Muito bom!!!
Adorei conhecer as histórias.
Bom texto, faz quer saber mais….
Parabéns
Parabéns!!!!
Cada vez Melhor 🖋️🎥🎬🎤!!!!
Bjs
👏👏 Parabéns Nathalia… estou orgulhosa com seu desempenho na “cobertura da Bienal”, excelente reportagem, amei! Vá em frente minha jornalista favorita… te amo muito ; Mil 😘😘😘!
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Excelente matéria..: parabéns
Parabéns pela matéria. Me trouxe recordações de algumas vezes pela qual tive a oportunidade de estar na Bienal, entre elas, horas em filas para ver a SUA autora preferida e como mãe se esforçando para tirar a melhor foto e se emocionando em vê-la feliz pela realização. E hoje me emociono mais ainda em VÊ-LA realizando suas conquistas e ganhando forma os seus sonhos. Parabéns minha eterna FILHA AMADA.
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