De acordo com levantamento produzido pela empresa de cibersegurança NordVPN, aproximadamente 144 mil cartões de pagamento foram roubados e vendidos na “dark web” no Brasil, em 2023; o estudo analisou 6 milhões de unidades encontradas nas redes de internet ao redor do planeta.
Ocupando a quinta colocação no ranking de venda de cartões roubados, o Brasil está atrás apenas de Estados Unidos (3,5 milhões unidades), Índia (218 mil unidades), Reino Unido (164 mil unidades) e México (157 mil unidades); e fica a frente de países como China, Canadá, França e Alemanha.
A pesquisa, ainda, aponta que dois em cada três cartões (66,7% da amostra analisada) vêm com, pelo menos, alguma informação privada das vítimas; no Brasil, foram encontradas 48 mil unidades que continham o número de telefone pessoal das vítimas.
Além disso, o estudo revela, também, os altos rendimentos obtidos pelos cibercriminosos; a estimativa da empresa é que os infratores tenham embolsado um total de 17,5 milhões de dólares (ou quase 84 milhões de reais, pela cotação atual) com a venda de todo o banco de dados na dark web.
O que é a dark web?
Segundo a Kaspersky, empresa russa de software de segurança, o termo “dark web” se refere a sites que não estão indexados – ou seja, não são encontrados em uma pesquisa no Google, por exemplo – e, portanto, só podem ser acessados por navegadores específicos.
Ela é usada para manter atividades anônimas e privadas na internet, algo que pode ser usado para ações legais e ilegais. Embora algumas pessoas a utilizem para evitar censura de governos em alguns contextos, sabe-se que a dark web também é empregada para atividades criminosas.
O estudo, aliás, afirma que ainda existem 92 mil cartões de pagamentos brasileiros à venda ilegalmente. Por isso, a Agência UVA conversou com Yêda Barbosa, advogada especializada em cibercrime e presidente da Comissão de Direito Penal Cibernético do Estado de Pernambuco, para explicar como as pessoas podem se proteger desse tipo de crime cibernético.
Para a especialista, as principais atitudes para as pessoas se protegerem contra esse crime são:
- Ativar as notificações das transações bancárias;
- Usar cartões virtuais a cada transação na internet e não o cartão de numeração do cartão físico;
- Acompanhar regulamente o extrato bancário e fatura do cartão;
- Colocar senhas fortes e não repetitivas;
- Ter cuidado com ligações que se identificam como o banco falando de golpes e solicitando algumas transações;
- Solicitar um seguro de transações junto ao seu banco e/ou operadora do cartão;
A advogada, também, explicou a quais penas uma pessoa está sujeita ao cometer esse tipo de crime, de acordo com o Código Penal brasileiro.
Por fim, Yêda ainda orienta como a vítima deve proceder caso descubra que teve seu cartão roubado ou clonado.
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Foto de capa: Pixabay
Reportagem por Gabriel Caetano, com edição de texto de Daniel Deroza

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