O mundo vivencia um momento histórico intitulado A Era da Informação. Os acontecimentos são transmitidos em tempo real, as fronteiras dissolvem-se e as distâncias se apequenam. Dentro desse cenário, ferramentas que foram naturalizadas com o passar do tempo se tornaram comuns e indispensáveis no nosso dia-a-dia: e-mails, chamadas de vídeo, mensagens de celular, etc. Nesse ambiente excepcionalmente virtual em que vivemos é quase um contrassenso atribuir qualquer pedido ou decisão importante de nossa existência para uma… Carta (!?).
Outrora, o mais popular e eficiente meio de comunicação entre as pessoas, esse pequeno aglomerado de celulose e tinta que já noticiou histórias de amor, dor, alegria, queda de regimes totalitários, gritos de liberdade, debates filosóficos, etc., e que aparentemente havia perdido seu lugar nesse mundo de bytes e fibra óptica, ‘contra-ataca’ – na animação produzida pela Warner Bros. Pictures em parceria com a Warner Animation Group – “Cegonhas – A história que não te contaram”. O filme tem a estreia prevista para o dia 22 de setembro, nas versões 2D e 3D.
Dos hieróglifos às lendas contemporâneas, é conhecido o trabalho das cegonhas de carregarem em seus bicos bebês e de os entregarem às famílias que os aguardam ansiosamente. O enredo trata da notória mudança de paradigmas das cegonhas, que para se adaptarem ao mundo globalizado, no lugar de bebês, agora entregam pacotes para a gigante da internet, lojadaesquina.com. A dinâmica, porém, é interrompida por um imprevisto que resulta na reativação da máquina de bebês, através da carta enviada pelo personagem Nando, filho único da família Jardim.

Enquanto as consequências se desenvolvem, Júnior, um dos principais entregadores da companhia, tenta resolver o incidente para ser promovido. No outro lado da narrativa está Tulipa, a única humana da Montanha das Cegonhas, que acompanha o dividido Júnior entre o profissionalismo e o afeto. A animação foca de maneira lúdica e divertida na diversidade das composições familiares e de como as relações entre os elementos que compõem as famílias se fortalecem e são reconstruídas através do carinho.
O filme dirigido por Nicholas Stoller tem cortes secos, intercalados, e utilização abundante de efeitos sonoros para atribuir os efeitos de suspense, ação e tensão. As cores frias presentes nos personagens assim como nos cenários das fábricas são complementadas pelas cores quentes que caracterizam os detalhes físicos dos personagens. A narrativa é desenvolvida de maneira linear – com início, meio e fim bem delimitados –. Os acontecimentos têm tempo para se desenvolverem e há um cuidado pouco visto nas animações comerciais, que é a exposição do aspecto emocional dos personagens e como uma lida com seus conflitos internos e nas relações interpessoais.
Laís De Martin- 8º Período

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