Mais um filme cheio de críticas sociais chega aos cinemas amanhã (11). “Perfeita é a Mãe” é uma comédia, feita pela mesma dupla de responsáveis por dirigir a trilogia “Se Beber Não Case” – Jon Lucas e Scott Moore -, questiona o papel da progenitora na sociedade moderna, onde a mulher é muitas vezes obrigada a trabalhar, criar os filhos e cuidar da casa, tudo ao mesmo tempo.
Na trama, Kunis interpreta Amy, uma jovem mãe norte-americana que, aparentemente, tem uma vida perfeita. No entanto, além de trabalhar fora, ainda tem que cuidar de suas crias em tempo integral, sem contar com a ajuda do marido, que faz o tipo homem-crianção, mimado e inútil que acha que todos os serviços da casa devem ser feitos por ela.
Após um dia especialmente ruim, mas revelador, Amy resolve que não precisar ser a ‘mulher perfeita’ que exigem que ela seja. E é neste contexto que surgem Kiki (Kristen Bell), uma mãe introvertida e sem voz ativa perante o marido machista, e Carla (Kathryn Hahn), uma progenitora solteira que passa a maior parte do tempo satisfazendo as próprias necessidades. Todavia, Gwendolyn, com uma excelente interpretação de Christina Applegate, promete infernizar a vida do grupo.
É importante destacar que o elenco deste filme é muito bom e está realmente comprometido com os personagens. Kunis é uma mocinha carismática, que sabe dosar a interpretação nos momentos cômicos e nos mais dramáticos do enredo. Kristen Bell também está muito bem com uma atuação de uma mulher tímida e submissa, que não caiu no clichê de “boba”, “estúpida” ou “afetada”.
Contudo, os dois grandes destaques de “Perfeita é a Mãe” são Kathryn Hahn, como a tresloucada, e a exuberante Carla e Christina Applegate, como a vilã neurótica Gwendolyn. Ambas as atrizes já são reconhecidamente dois grandes talentos da comédia, mesmo assim – neste longa – elas conseguem superar as expectativas, se mostrando seguras em cena, mesmo que em alguns momentos o roteiro não ajude.
Por fim, “Perfeita é a Mãe”, é uma comédia escrachada que se propõe a falar – à sua maneira – sobre empoderamento feminino, especialmente no que se trata à pressão social que existe para que as mulheres cuidem dos filhos 24 horas por dia, trabalhem fora e ainda sintam tesão à noite. Por se tratar de uma comédia que mira o grande público, o tema “maternidade” é mostrado de forma um pouco caricata, mas nem por isso é um filme ruim – muito pelo contrário, é uma boa caricatura que vale a viagem ao cinema.
Daniel Deroza– 3º período