Uma obra de arte que não agradará o grande público. Esse será o efeito que a adaptação cinematográfica de Justin Kurzel terá ao ser lançado amanhã (24). Em meio a datas festivas e a lançamentos de grandes bloockbusters da indústria do cinema, um filme cult se destaca, mas – devido as suas origens e ao palavreado antigo e complexo– não se fará inteligível para todos os espectadores.
“Macbeth: Ambição e Guerra” é a adaptação cinematográfica de uma das obras mais conhecidas do maior dramaturgo de todos os tempos, William Shakespeare. Contextualizando, Macbeth (Michael Fassbender) é um general de guerra escocês que, depois de uma batalha, descobre – através de uma profecia de um grupo de bruxas – que será o próximo rei de seu País. A história se desenvolve e o antigo guerreiro deixa de existir para dar espaço a um monstro que, junto à esposa Lady Macbeth (Marion Cotillard), dominará o Reino da Escócia.
Tentando ser, na medida do possível, mais fidedigno a peça teatral original, Justin peca ao deixar as cenas de reflexões grandes demais e com pouca dinamicidade. Como se tratam de passagens importantes para o desenrolar psicológico dos personagens, o diretor deveria ter melhor adaptado essas partes, visando o entendimento do grande público. Todavia, Kurzel acerta em cheio durante as cenas de guerra, usa e abusa de efeitos de câmera lenta, músicas épicas e uma bela coloração vermelha, dando um toque especial para o cenário caótico.
Com uma atuação – no mínimo – genial Michael Fassbender consegue prender a atenção do público, mesmo nas cenas mais lentas. Passa uma parte do filme como o grande e honroso general Macbeth e a outra como um Rei megalomaníaco. Não é de se surpreender se o ator alemão – que também já participou de grandes filmes como: X-Men, Bastardos Inglórios, 300 e 12 Anos de Escravidão – for indicado ao Oscar. Outra pessoa que também se destaca é a francesa Marion Cotillard e o inglês Paddy Considine também merecem aplausos.
O subtítulo português “Ambição e Guerra” resume bem a personalidade do rei. De maneira geral toda a aura sombria e densa descrita por Shakespeare foi honrada. Fica faltando, então, as horas de leitura e carga cultural que o espectador precisa ter para apreciar a obra.
Iago Moreira- 4º Período

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