Cuidado da próxima vez que você cortar seu dedo e a ferida infeccionar. Pode ser que acabe sendo possuído pelo Anticristo! Esse é a trama do filme “Exorcistas do Vaticano” que estreia dia 20 de agosto, com o elenco de Olivia Taylor Dudley (Angela Holmes) e Michael Peña (Padre Lozano) – recentemente colegas de trabalho em Homem-formiga – entre outros atores, novos em Hollywood. O longa segue a história de uma mulher comum que acaba se cortando com uma faca no dia do próprio aniversário, isto leva a eventos subsequentes e causa todos os problemas que um filme de “possessão seguido por exorcismo” contém.
Infelizmente, o filme não consegue fugir de alguns clichês e perde oportunidades de surpreender e chamar mais atenção do público cometendo algumas falhas de roteiro. Porém atuação da protagonista é boa, ela teve um bom preparo e realiza talentosamente ambos os papéis que interpretou: de menina indefesa e boa, logo depois acaba sendo possuída por um dos maiores símbolos de perversidade do mundo. A direção de Mark Neveldine também é elogiável, se preocupando com detalhes como cortes que cicatrizam com o tempo, e deixam marcas durante o resto do longa (não simplesmente sumindo algumas cenas depois), inscrições em objetos, entre outras particularidades. Além disso, é bom ver uma introdução que não se estende demais, isto pode acabar com o clima que nos leva a ser mais suscetíveis a sustos, mas pelo menos não enrola como outros tendem a fazer.
Por outro lado, algumas perguntas são deixadas sem receber resposta. Por exemplo, no início vemos Angela trabalhando em algum tipo de projeto sobre a diferença entre o Anticristo e o Diabo, fato que parece ter sido incluído para poupar mais uma explicação bíblica dos padres, mas não parecendo muito natural ser um simples exercício universitário. Ademais, a introdução de Michael Peña quase passa despercebida, não causando nenhum impacto. Ele acaba sendo quase esquecido e inutilizado até praticamente o final de toda a história.
É óbvio que há uma tentativa de provocar alguma polêmica tratando de temas religiosos e supostas fitas cassetes de exorcismos feitas no Vaticano (o título original é “The Vatican Tapes”), mas o público quer assistir um filme de terror principalmente se preocupando com o conteúdo inovador e com a sensação de adrenalina que te faz pular da cadeira a cada grito alto demais. E isto acaba não se concretizando com o longa. Sim, ele tem alguns pontos positivos, mas por que classificar algo com o gênero terror se nem ao menos provoca arrepios? Talvez fosse mais sensato colocá-lo na ala de suspenses.
Para o público de primeira viagem de filmes de horror pode até ser que levem um susto ou dois, mas no geral, a obra não apresenta nada além de oportunidades perdidas para assustar e surpreender. No entanto não há como deixar de notar que o final é original e interessante, deixando espaço até mesmo para uma possível continuação.
Por: Luana Feliciano
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