“O Pequeno Príncipe”, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (20), promete muito mais do que adaptar o livro que fez parte da infância de várias pessoas, mas também captar a essência da obra e passar para as telonas. O longa que combina animação 3D com stop-motion, também mistura em seu enredo a história original com um novo roteiro, trazendo personagens novos com quem se apaixonar e um final original para o “petit prince.”
A história principal começa trazendo um mundo novo, diferente do criado pelo autor Antoine de Saint-Exupéry, onde tudo é baseado em trabalho, as casas são todas brancas e os prédios cinzas. Um mundo onde há apenas adultos e pequenos adultos, as crianças. Nesse lugar cinza, conhecemos a Pequena Garota e a Mãe, ambas se preparando para o primeiro dia de aula na escola onde todos são “essenciais”. De início, nada parece muito com O Pequeno Príncipe, até que a garotinha conhece o excêntrico e amável Aviador.
Com um encontro inusitado, percebemos que o velho aviador vira uma criança ao lado da garota com seu jeito rígido. Aos poucos, a curiosidade da protagonista cede para a casa peculiar do velho. É assim que o filme se divide em dois mundos, onde vemos a história recontada do príncipe, seu asteroide e a rosa, junto a vida desses novos personagens; Diferente de tantas adaptações de livros. O Pequeno Príncipe não está disposto a recontar a história principal, ou modificá-la para as crianças, mas sim trazer toda a ideia principal do livro.
Alguns dizem, que o livro é para ser lido três vezes ao longo da vida, uma quando criança, outra quando adulto e na terceira quando velho e esta adaptação trás a ideia de três fases diferentes entrando em contato com a história. A criança cheia de perguntas e inocências, o adulto tentando criar algum raciocínio lógico e o velho, apenas aceitando os fatos da vida como são e seguindo em frente.
Os personagens são cativantes, em especial a Raposa de brinquedo da menina, que mesmo sem falar, serve como um elemento cômico, aliviando as lágrimas que o filme pode proporcionar. Também vemos como o roteiro foi bem trabalhado em relação aos diálogos com frases inesquecíveis do livro como “O essencial é invisível aos olhos”.
Além da animação, que é um dos pontos altos, a trilha sonora encanta com o seu estilo francês. Dentre outros detalhes, o modo como a cor entra sutilmente com a direção de arte, mesclando do branco e negro para o amarelo forte, verde e azul encanta o telespectador.
O longa dirigido por Mark Osborne promete ser um forte candidato a disputar premiações do Oscar. Concorrendo contra as animações da Disney.
O Pequeno Príncipe trás um novo olhar para a obra de Antoine, podendo tirar lágrimas de adultos e crianças. Mesmo que com um roteiro que não se desenvolve facilmente, demorando até chegar na conclusão do filme, ele não perde a atenção do público, sempre mantendo a tensão no ar.
Por: Junno Sena
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