Alexandre Gibaldi
A terra era quente e escura. Onde antes estivera uma pequena floresta, agora havia somente umas poucas árvores desfolhadas. Dentro de um buraco toscamente escavado, entrevia-se um tronco humano. O homem vestia um uniforme verde imundo, e nele levava a insígnia do exército francês. Com seu fuzil apoiado no chão, o soldado permanecia imóvel.
Em meio ao incessante som dos tiros que cortavam o ar, aquele homem não se movia, estava com um olhar vago, como se sua mente estivesse ali. Poderia estar pensando em sua mulher, filhos, na vida que deixara para trás. Na vida que fora obrigado deixar para trás.
Ele não poderia fraquejar, ou sua família, seu país, poderiam se perder para sempre. Como sonhava com a paz. Como sonhava com um mundo sem extremismos. Sabia que, para isso acontecer, teria que lutar. Famílias se despedaçariam, cidades seriam destruídas, mas se continuassem a lutar, poderiam livrar a França do domínio do terceiro Reich.
Os primeiros blindados inimigos rompem as trincheiras à sua frente, muitos de seus companheiros caem diante do poder inimigo, mas o corajoso soldado não foge a luta. Seu fuzil começa a matraquear, os blindados avançam, mas ele não se move. Lutaria até o fim por sua família, por seus ideais; lutaria até o fim pela liberdade de sua pátria.
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