A partir da exibição do videoclipe “I’m afraid of Americans”, de David Bowie, os alunos de Técnicas de Redação & Expressão redigiram narrativas ou dissertações sobre o sentimento do medo – confira!
Anna Luiza Paiva
Dias atrás, revendo fotos em meu computador, achei uma pasta com imagens da minha visita ao Pão de Açúcar. Na mesma hora, me veio a lembrança de uma situação até engraçada, mas traumática.
Em 1998, minha mãe, que é professora, fez uma visita com seus alunos ao Corcovado. Eu, na época com oito anos, fui de intrometida com eles, já que era uma oportunidade de conhecer algo que ainda não conhecia, e de matar aula também.
Logo no início do passeio, o bondinho sobe por dentro da mata, uma subida super agradável. De repente, um pedaço da mata se abre e passa a mostrar a vista do Rio de Janeiro. Nesse momento, eu, que até então estava brincando sem problemas, entrei em pânico! Sempre soube que eu tinha medo de altura, mas não tinha ideia de que fosse tanto assim. Foi a pior sensação que já tive. Parecia que ali seria o meu fim.
Eu sabia que aquela abertura da mata era momentânea, mas nada mais conseguiu me acalmar. Eu chorava e gritava muito. Minha mãe ficou doida, sem saber o que fazer.
Ao sair do bondinho, tem um bar logo na entrada do Cristo, um pouco antes da escada. Pois bem, lá eu fiquei e de lá eu não saí até a hora de ir embora. Minha mãe, coitada, teve que largar seus alunos com a diretora e o guia do passeio para cuidar de mim. Eu tremia que nem vara verde.
Até hoje não voltei lá para “terminar” o passeio. Depois dessa cena lamentável, já visitei o Pão de Açúcar e amei! Inexplicável não?
É vergonhoso, eu sei, mas ainda vou quebrar essa barreira e apagar esse medo bobo de dentro de mim e, quem sabe, parar de pagar mico!
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