Guillermo Planel, diretor do documentário “Abaixando a Máquina. Ética e Dor no Fotojornalismo Carioca”, esteve na última sexta-feira (18/09) na Universidade Veiga de Almeida. Além da exibição de seu trabalho, os estudantes de Comunicação puderam ao final fazer perguntas ao idealizador do projeto.
O documentário mostra como é o dia-a-dia dos fotógrafos cariocas na cobertura da violência que acontece na cidade do Rio de Janeiro, enfrentando trocas de tiros entre policiais e bandidos, durante os conflitos armados. A ética e o diálogo com a dor e a violência é uma das questões levantadas por Planel em sua obra.
Durante o filme é feito o seguinte questionamento: Quais são os limites do repórter fotográfico em sua busca pela melhor fotografia? Para alguns é muito doloroso ver uma família chorando pela perda de um parente querido, seja ele um traficante ou não. Já para outros, o papel do fotógrafo é o de retratar o que acontece na sociedade. Segundo o fotojornalista Flávio Damm, “fotógrafo não faz demagogia, faz fotografia”.
Uma das cenas mais fortes do documentário é o confronto no Morro da Mineira, no bairro do Catumbi. Segundo Planel: “Tanto os fotógrafos de jornal e os câmeras de televisão ficaram em pé, de frente para a linha de tiro. Eu que fiquei registrando com a minha câmera, tive bastante medo de ser atingido por alguma bala perdida, mesmo tendo me protegido ao máximo”.
Outra questão que aparece no filme é o modo como a realidade é retratada pelos fotojornalistas, no que diz respeito às comunidades carentes, como a idéia de que em favela só existe bandidos, deixando de lado a maioria dos moradores de bem. O fotógrafo Berg Silva é um dos exemplos de profissional que busca o lado positivo das comunidades, como projetos sociais, ONG’s e lições de vida. O idealizador do documentário Guillermo Planel afirma, “Da mesma forma que entramos na comunidade e os moradores pedem informações sobre o que estamos procurando, na Zona Sul acontece da mesma forma, quando entramos nos prédio e os porteiros nos deixam esperando para confirmar a nossa entrada”.
Guillermo planeja lançar em março de 2010 o seu mais novo documentário, que mostra a vida das pessoas que vivem em diversas comunidades. “Os moradores têm uma história de vida maravilhosa. Eles vivem tão bem quanto a gente. Dentro destas comunidades existem diversos jornaizinhos, que retratam a visão deles sobre a comunidade. Existem periódicos que possuem mais de 30 anos”.
Richard Hollanda – 8º Período
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