Nossa questão com o medo

A partir da exibição do videoclipe “I’m afraid of Americans”, de David Bowie, os alunos de Técnicas de Redação & Expressão redigiram narrativas ou dissertações sobre o sentimento do medo – confira!

Jorge dos Anjos

Há muito tempo que a humanidade vem tendo que aprender a lidar com seus próprios medos. Na pré-história foi dos dinossauros, depois das guerras, logo em seguida das doenças, crises, terrorismo e tudo mais.
           Hoje  o que assola a humanidade é a violência urbana, não podemos mais dizer que estamos seguros nas cidades , existe sim um ar de segurança, que mascara o quanto a violência se faz presente.
           Os que mais sofrem com a violência são os pais e mães destas cidades, que por verem nos telejornais o que vem acontecendo preucupam-se com a volta para casa de seus filhos, por medo de assaltos, sequestros ou balas perdidas.
           O medo mexe até com a economia de um país. A indústria do medo vem crescendo a cada minuto, tanto nos serviços de vigilância: câmeras, cães, sensores e homens; como no comércio: armas não letais, coletes, blindagens, portões eletrônicos, concertinas(rolos de arame farpado) etc. As pessoas começam a tomar remédio para o coração, para a pressão, para dormir, outras para ansiedade ou transtornos como por exemplo o Bipolar.
           Acredito que tudo isso se dá pelo consumismo desenfreado que de uns anos pra cá vem se acentuando em todas as camadas, todos querendo ter mais do que ser, talvez pela sedução da mídia ou pela simples competição, aceitação ou, sei lá.   
           A sociedade parece que perdeu a identidade, saiu da sua realidade, vivendo uma realidade importada, o que aumenta ainda mais a violência, a paranóia, a histeria urbana.
           Acredito que a solução está mais para a erradicação das desigualdades, nas quais somos líderes mundiais, do que para a educação. Não que a educação não seja importante, ela é fundamental. É que, nesta corrida entre erradicar e educar, se torna mais viável erradicar, pois dando melhores condições aos mais necessitados partirá deles mesmos a iniciativa de melhora, o que é melhor do que forçá-los. Não acredito que todos se acomodariam, uma grande parcela aceitaria o desafio , tudo é uma questão de oportunidade.