Aqui um texto criado a partir da ideia de pleonasmo, na disciplina Técnicas de Redação & Expressão. O ponto de partida foi um vídeo, publicado no YouTube, chamado “Redundâncias”, do Nóis na Fita…
Gabriella Costa de Lima
Estava na estação de trem aguardando que ele chegasse, quando notei que havia a distribuição de um jornal desconhecido. Tratei de pegar um exemplar, já que a viagem seria longa.
Com a chegada do trem, me sentei e comecei a ler o jornal. A primeira notícia dizia que “Ao amanhecer o dia, um Almirante da Marinha dirigia seu carro a caminho do trabalho. Porém, ele perdeu o controle da direção e caiu em um abismo sem fundo. A viúva do falecido teve que ser socorrida no enterro.” Nossa! Desse jeito todos os professores de português terão que ser socorridos também…
Pensando ter sido apenas um deslize, continuei a leitura. Virando a página, vi que “Os países do mundo se unirão para realizar um plebiscito popular pedindo a opinião individual de cada um sobre as armas nucleares. De acordo com o consenso geral, os países poderão retomar de novo a produção de armas químicas ou acabar com elas definitivamente.” Pelo visto, estão pensando em exterminar também a gramática!
Havia ainda uma reportagem falando que “Uma empresa de bebidas que tem monopólio exclusivo no ramo teve o superávit positivo. O aumento das vendas viabilizou a inauguração de uma nova fábrica para aumentar ainda mais a produção.” Isso está aumentando é a minha dor de cabeça!
A notícia mais surpreendente foi a de que “Um famoso ator morreu ao ter um infarto do coração. Ele sofria também de hepatite no fígado e havia acabado de escrever sua própria autobiografia. Na conclusão final do livro, ele falou que nunca devemos adiar para depois aquilo que podemos fazer hoje e que devemos viver a vida sempre com um sorriso nos lábios.” É… Esse aí deixou uma bela lição… De como não se deve falar!
Zonza, não só pelo chacoalhar do trem, mas também, e, principalmente, pela quantidade de pleonasmos encontrados naquele jornal. Fiquei aliviada por chegar ao meu destino.
Ao entrar em casa, queria mostrar para a minha filha aquelas barbaridades. Então falei:
– Filha! Desce aqui embaixo! Venha ver com seus próprios olhos o jornal que eu ganhei grátis no trem!
Ih! Acho que agora entendi por quê se chama pleonasmo vicioso…
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