Daniel Mendonça
Parte I – A Situação
Cassandra era uma jovem de 21 anos que sonhava em ir a Paris. Fazer um mochilão era o primeiro passo para a realização de seu desejo. Mal ela sabia a paçoca que lhe estava guardada.
Decidida e com tudo organizado, só faltava à Cassandra o visto para sair do país. O que mais a incentivou foi que lhe disseram que Paris é a cidade do amor, que ninguém volta de lá sem um. Cassandra já não agüentava mais a solidão e a mesma rotina desgastante. Com o dia marcado, Cassandra vai então tirar seu esperado visto. No decorrer de sua entrevista com o cônsul, Cassandra se enrola, enrola, enrola e acaba não passando uma imagem confiante, o que resulta na negação de seu visto.
Frustrada e extremamente irritada, Cassandra volta para o carro e sai dirigindo agressivamente. No auge da sua dor de cotovelo, Cassandra se dá conta de que, na velocidade em que estava, era inevitável escapar de um poste. Perda total! Literalmente. Nem a morte aceitou Cassandra, que saiu ilesa do acidente. Porém, mais irritada ainda. Sabia o dinheiro que havia perdido. Não só pelo dinheiro, mas parecia que o universo conspirava contra todas as suas vontades, e que nem lendo muito “O Segredo” ela estaria salva.
Parte II – A Revelação
Depois de cigarros e cigarros sentada à beira da rua, Cassandra se depara com um mecânico que passava pelo local do acidente. Foi ali que ela perceberia que o cara de macacão e luvas sujas de graxa irradiava uma luz contagiante de seus olhos e tinha um sorriso apaixonante.
Duas semanas depois, Cassandra e Frederico resolvem se casar. Foi nessas duas semanas que Cassandra caiu na real. Aprendeu com Frederico que o amor não se busca em algum lugar nem em alguém. Mas, sim, que o amor está dentro de nós, esperando ser descoberto. É impossível amar alguém sem antes amar a si próprio. E nesse despertar Cassandra vira budista, junto com Frederico (que já era) e vão morar no sul da Índia, onde vira vegetariana e abre uma loja de doces (finalmente se decidira entre o doce e o salgado) feitos pelo próprio casal.
Moral da história: O amor mora dentro de nós, esperando ser despertado. E não adianta se um dia você enjoa de paçoca e descobre se gosta mais de doce ou de salgado.
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